quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

O quase solecismo da memória

Ipsis verbis, por hoje estive a ponto de mergulhar na debacle, de maneira que não lembrava do nome da figura de linguagem que, aos olhos de Antônio Geraldo da Cunha, era vista como uma modificação de sentido na associação de certas palavras, pela repetição de tais em ordem inversa. A exemplificar, temos "a ausência de companhia" e "a companhia de ausência".
Dessa feita, minha memória estava falhando e eu parecia seguir à deriva. De supetão, eis que achei, sem divagar, a tão escondida antístrofe, dantes lida como a segunda parte da ode antiga. Portanto, é crível afiançar que o vocábulo nasce do latim antistrophe, que advém do grego antistrophé, enfim, inversão da estrofe. E o fenômeno que relaciona "a ausência de companhia" com "companhia de ausência" foi descoberto.
Depois dessa efeméride, bem juro que me senti, como nunca houve, imerso num alto grau de inteligência, tal como de loucura, combinação mais do que louvável num país que avilta todas as possibilidades reais de aprendizado. Com isso, a companhia de ausência é sempre melhor do que a ausência de companhia. E viva a antístrofe.
Daniel Muzitano

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Que triste para o Flamengo

À similitude do celular, atualmente utilizado para tudo, tirante para ligar, o livro, dantes usado com o fito fulcral da leitura, hodiernamente bem é consumido como um enfeite, papel de parede ou, vou além, fazendo as vezes de um cachorro. Sim, a Deborah Secco, na última eleição, levou seu livro do Nelson Rodrigues, notem bem, para passear e votar no Haddad. Rebus sic stantibus, a coleira até que nela cairia bem. Assim, quedê?
De mais a mais, e considerando que eu leio cerca de 30 livros por ano, o livro, para mim, não tem por especificidade apenas ser um ornato, haja vista que me auspicia avultado cabedal intelectual. À parte, hoje o prócer é um homem ignominioso, de maneira que bem vejo isso no jogo Flamengo x River, especificamente no Maracanã.
Desde anteontem, dentre vivos e mortos, eis que me chamam para acompanhar o prélio rubro-negro no Mário Filho, diga-se, com R$ 30 o ingresso e com shows dos analfabetos sintéticos Ludmilla, Buchecha, DJ Marlboro, Ivo Meirelles e o MC Poze. Paremos aí. Pensando eu que jamais teria o atrevimento de convidar um estudioso a algo assim, bem creio que o homem, na sua restrição, decerto vislumbra um livro como um apetrecho.
Demais disso, data venia, a pose hoje é um elemento de fortificação do brasileiro. Por conseguinte, gera ela a banalização, e, portanto, o aviltamento pessoal. Tudo é enxergado como tão-somente uma representação, e não como um objeto a ser indagado. Por fim, recordo aqui, Nelson Rodrigues e José Lins do Rego já vestiram a camisa do Flamengo, mas terminamos com um enaltecimento à Ludmilla. E isso é grave. E o Flamengo, o maior exemplo, é apenas o maior exemplo. Nossa cultura está à míngua. Estamos com febre. Febre! O triste, num país de Ludmillas, é um sujeito terminar um texto com uma "mera" anadiplose.
Daniel Muzitano

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

A goleada do empate

Em qualquer escrutínio minimamente frio e racional, nota-se que o trabalho de Luxemburgo, mais do mesmo e com pouco repertório tático, é apenas compatível com o investimento do clube, de modo que, financeiramente, está sim a equipe à frente de dez times outros. A contrario sensu, jornalistas, torcedores e a própria diretoria tratam o desempenho como algo magnificente. Ah, mas ele pegou o Vasco na zona - dizem os inocentes. De fato, porque o trabalho anterior, além de não ser propício ao investimento cruzmaltino, era demasiado lânguido.
De mais a mais, o mérito do Vasco, sobretudo na noite de ontem, tem sido jogar concentrado e com uma disposição sem igual. Fiquemos por aí. A propósito do Flamengo x Vasco, foi a pior partida rubro-negra, no quesito defensivo, desde a chegada de Jesus. Todos os gols do Vasco estão atrelados a erros, coletivos ou individuais, do setor supracitado. E não me venham os falsos pudicos mencionar que foi o melhor jogo do campeonato. De parte a parte, o prélio foi caracterizado por mais erros do que acertos.
Grosso modo, vale chamar a atenção para o fato de que o Flamengo, irresponsavelmente, tem menoscabado equipes em situação ruim ou mediana, como foi contra a Chape, Csa, Goiás, Botafogo e Vasco, algo extremamente perigoso numa reta final. In terminis, mesmo sendo flamenguista, é deplorável ver um clube como o Vasco comemorando um empate, vindo aos trancos e barrancos, como se fosse um título mundial. O Vasco, vale dizer, não vence um jogo contra o Flamengo há anos, tal como uma final contra o mesmo Flamengo há décadas.
Para de fato fecharmos, fiquei acostumado, em minha infância, a ver o Vasco brigar por algo grande, e não celebrando campanhas medianas e um empate transcendental. No mais, a arbitragem foi boa e os destaques de ontem foram Yago Pikachu, que fez uma luzente jogada no segundo gol, e o Bruno Henrique, decerto o melhor jogador do país hoje. Fim.
Daniel Muzitano

terça-feira, 12 de novembro de 2019

"Que mulher escorchante"

Como tudo que temos visto, e rebus sic stantibus, hoje estive a refletir como o meu dia, em confronto com as massas, destoa sobremaneira. A propósito, fiz minha corrida habitual, corrigi alguns artigos, gravei um vídeo sobre certos étimos, tive um bate-papo acerca da possibilidade de a etimologia ser um método de alfabetização, malgrado haver para tanto muitos pontos, e, não menos importante, incuti Nelson Rodrigues neste final de tarde.
A bem da lógica, os anos de morte de Nelson superam meus anos de vida, ou seja, como pode, nessa singela antítese, existir tamanho entendimento entre nós dois? As teses, que página a página imerjo, tirante serem de feitios suntuosos, ficarão como segunda instância. Dado o relato, Nelson usou o vocábulo escorchante, e, perdido na foto de uma mulher excepcional, não pude ver qualquer lucidez feérica sobre a palavra. Afinal, o que seria escorchante?
De supetão, bem fui cortando os entornos da expressão, id est, o prefixo es- decorre de ex-, que por seu turno designa "fora". O sufixo -ante, "ação, qualidade ou estado". Restava desvendar corcha, que após consultas descobri que era "casca de árvore". Grosso modo, e etimologicamente, escorchante é a ação de colocar para fora a casca da árvore. Na definição atual, diz o Caldas: "que arranca a corcha ou a pele". Matamos a lógica, certo? Errado!
Por fim, restara ainda um senão, com o uso do mais-que-perfeito, claro. Por que Nelson chamou uma mulher de escorchante? O adjetivo evoluiu para "preço abusivo", e, por conseguinte, para " algo exorbitante". Agora parece que concluímos. Ah, escorchar provém do latim excorticare (descascar), embora outros digam que a origem esteja no espanhol escorchar (tirar a pele). Enfim, dá no mesmo. De mais a mais, posso antever meu próximo encontro com a mulher venusta: "é um prazer escorchante conhecê-la". Nelson, para todos os fins, é genial. E mais, valeu por hoje cada linha. E há quem goste de Chico Buarque, do Pasquale etc. Que Deus te perdoe.

Daniel Muzitano

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Eterno passado

Sem prejuízo da lógica, consumindo leituras de tipos vários, o Brasil, em sua imaturidade inefável, bem pode ser compreendido como o país do passado. A expressão é elevadamente abjeta, mas cicia no imaginário de cada homem digno de nota. Lato sensu, leiam passado em matéria comportamental, e não como um mero ornato que respeita as belas tradições.
Em sua realidade jucunda, bem cabe a ironia, o brasileiro eliminou de sua vida o choro, o samba, a música erudita. Em contrapartida, mesmo com todas as ditaduras séculos antes tendo implementado o desarmamento, exempli gratia, discutimos, por mais de 50 anos, se isso é válido ou não. E é aí que reside o nosso subdesenvolvimento: na alma. Em vez de debaterem o desarmamento, países desenvolvidos o rejeitam e simplesmente discutem como se dará o uso das armas.
Ao par, o futebol brasileiro hoje aposta no que apostou em 1958, id est, na individualidade técnica. Em mais de 60 anos, decerto abolimos a tática e não evoluímos uma vírgula sequer nesse ponto. Portanto, somos o eterno passado, a infinita ignorância melíflua e risonha, pois a cegueira para com nosso passado estará nos próximos 20, 50, 60 anos. A acrescentar, há 50 anos pelo menos estamos discutindo o domínio das esquerdas e se estarão elas aptas, mesmo com experiências trágicas em todas as pautas existentes.
In terminis, o Brasil é o erro perpétuo, a pose tola e a caricatura ignóbil, a saber, incapaz de aprender com os próprios erros. A etimologia, como outro exemplo, tem milênios de vida, porém aqui sequer nasceu. Com o que vimos, o Brasil vilipendia a evolução, e, quando resolve mudar, opta por algo pior do que o seu passado, ao menos mais das vezes. Entretanto, para não sermos injustos, a Argentina tem uma ridicularidade ainda maior, de maneira que tal consegue ser pior em matéria de passado. Triste é o continente sem norma-padrão. Triste é o país do eterno passado.
Daniel Muzitano

sábado, 26 de outubro de 2019

O fulcro político do brasileiro


In limine litis, mais precisamente de uma revisão feita ontem, estive a pensar por que razão, enquanto especificidades políticas, o brasileiro está atrelado à fofoca e ao fanatismo em produção de análises atinentes à pauta em questão. Assim, encontrei na novela e no futebol respostas não só consentâneas, bem como esclarecedoras.
Independentemente do assunto em votação, o cidadão primeiro visa à ofensa, de maneira que o debate sobre determinado assunto, esse fica menoscabado para segundo plano. Pari passu, ao assistir a uma novela, a respectiva cidadã, no meu mundo homem não assiste a isso, não torce para um personagem ir bem, mas sim para outro ir mal. Para tanto, são enfatizados, para com o indesejado, tão-somente os pontos negativos, e nunca certas habilidades do opositor.
Coadunado a isso, o time de um cidadão, ainda que beneficiado pela arbitragem, precisa ganhar de qualquer jeito. E é nisso aí que podemos entender as seitas pró-Lula ou pró-Bolsonaro. Grosso modo, embora tenha eu elevada aversão ao PT, sou inteligente para perceber no Lula, maior bandido da história, seu poder carismático e sua esperteza na arte de convencer. O senhor Freixo, por exemplo, conquanto tenha sempre críticas de minha parte, é articulado e tem potencial para crescer, pois convence muito jovem de cabelo verde.
Em outras palavras, ter uma bandeira política é algo necessário, mas isso não pode fazer do cidadão, quer pela influência da novela, quer pela influência do futebol, alguém inábil para analisar os pontos fortes do inimigo, tal como os pontos fracos e/ou críticas do aliado. A bem da lógica, Aras e Flávio são minhas críticas ao atual presidente, por exemplo. Por fim, a cegueira burra cria estorvos para a consolidação de uma base que faça frente a uma esquerda organizada, ainda que bem estulta e demasiado infantil.

Daniel Muzitano

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O nivelamento do contrassenso

De modo a explicar a carência de certos predicados atinentes à minha geração, e no interstício de um exercício, bem pensei com' seria oportuno trabalhar a palavra suarabácti, pois a burrice neste país é um elemento indelével. De súbito, confesso por agora que havia desistido, de maneira que cheguei à conclusão de que seria um tanto incompreendido. Entretanto, como escrever é algo prazeroso, pouco importa quem irá depreender ou não. Aliás, há certo orgulho em não ser decifrado no nosso odioso lábaro.
Data venia, o termo é processo outro decorrente do sânscrito svarabhakti, id est, separação por meio de vogal. Trata-se de uma vogal intercalar que desune consoantes, exempli gratia, como em porão, de prão. Para fins comparativos, as meninas vegano-funkeiras, a cantarolar músicas dos coronéis da MPB, retratam bem isso, uma vez que formam uma só linha, a saber, dissociando consoantes, ou seja, fatores harmoniosos intelectualmente. O ponto-chave é que consoante é adição de con- (junto) com soante, de som.
Em suma, a experiência está atrelada aos fatos. Dada a ideia, o suarabácti é um processo que ignora ou rejeita essa combinação. Assim dito, mesmo com o comunismo sendo o regime que mais matou no planeta, há quem ainda o siga por demasiada estupidez. Ainda que o funk seja trilha sonora do tráfico, da gravidez precoce e do analfabetismo em todas as vertentes, há quem o escute. Agora, é a vez do veganismo, rotundo e de uma necedade inelutável, diga-se, como vários rostos de minha infantil geração. Ficou sem entender? Estude!

Daniel Muzitano

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Um chiste feérico

Dados os tempos atuais e as poucas vicissitudes intelectuais, bem sei que não é época para um título desta têmpera, porém, quem escreve para muitos, levando em conta o Brasil, está fadado ao ridículo ululante. Sob esse prisma, afiro um ponto outro que neste então a mim foi feito, scilicet, o porquê de eu porfiar em estudar etimologia, se não há, tirante um ou outro, interesse pela matéria propriamente supracitada.
In verbis, trato o fato com enorme facécia, em vista de que, fizesse eu o que é agrado para a maioria, seria, no melhor das hipóteses, um religioso fanático, alimentado pelo sentido literal de certos versículos, ou, quando não, alguém com gosto cultural extremamente questionável, perdendo capacidade técnica, empobrecido pelo nivelamento por baixo que assola o país. No Brasil, rumar ao contrário é obrigação, ainda que a consequência seja profissional, e, portanto, financeira.
Quanto à etimologia, não só locupleta a alma e é sine qua non para as atividades que cercam minha profissão, bem como nos faz entender diversos fatores político-culturais, filosóficos etc. Em suma, produzir vídeos e textos a respeito não é um ingresso à minha suposta altivez, e sim uma oportunidade de os meninos e as meninas virarem homens e mulheres, qual seja, cérebros capazes de um tête-à-tête para comigo, de modo a não haver, nos primeiros três minutos, perguntas demasiado ignorantes. Por fim, a ideia é essa. E cá entre nós, um vídeo ou um texto meu vale mais do que a carreira de muita gente por aí. Uma boa-noite a todos.
Daniel Muzitano

domingo, 15 de setembro de 2019

É tempo de boa mudança

Léo Duarte, zagueiro do Flamengo, disse, ipsis litteris, que em dez dias aprendeu com Jesus o que não aprendeu em anos vários com todos os outros treinadores. Em resposta à pergunta que envolve o atraso de boa parte dos técnicos brasileiros, nada mais trivial do que exordiar esse texto com a frase do zagueiro em questão. E não me venham com a desculpa de que Jesus é comum e que qualquer um estaria em primeiro pelo fato de o Flamengo ter uma equipe escorreita. Jorge Jesus, em mais de 30 anos, foi o único que levou o clube a uma semifinal de libertadores.
Demais disso, o Flamengo, quando o dito-cujo chegou à Gávea, pelo que me recordo, estava aproximadamente dez pontos atrás do líder. Jesus não só fez do ai-jesus o primeiro, tal como aumentou e muito as chances criadas e a média de gols feitos. Destarte, Jesus vem por agora melhorando o que era um senão e tanto, id est, o setor defensivo. Aos poucos, o Flamengo vem sim levando menos gols e auspiciando menos oportunidades aos seus adversários. In verbis, sou adepto da tese de que, com exceção de Diniz e de Tiago Nunes, fabricamos indubitavelmente técnicos atrasados.
No mais, Flamengo e Santos fizeram um jogo diferenciado na tarde de ontem, refletindo por seu turno em muito equilíbrio e poucas chances criadas, claro, mérito de parte a parte, conquanto Sampaoli, que a meu ver ainda é melhor do que Jesus, tenha um time muito aquém tecnicamente, pelo menos se comparado ao Flamengo. O jogo de ontem, pela inteligência tática de ambos, decerto terminaria 0 x 0. Entretanto, o Flamengo, em momentos árduos, tem mais possibilidades de extrair o inusitado. E Jesus fez o milagre de transformar Arão em jogador.
Quanto àqueles que não entendem por que cito Diniz, antes o Fluminense criava muito e não fazia. Hoje, cria pouco e segue sem fazer. A equipe adquiriu, por tão-somente mérito de Diniz, um repertório rico, mas esbarrava nas deficiências técnicas de seus jogadores, além de ele ter perdido diversos por vendas equivocadas do clube e contusões. Deem um time à altura e Diniz vencerá algo grande. Tirem Sampaoli do Santos, insiram um brasileiro comum e o peixe ficará no meio da tabela. Tirem Jesus do Flamengo e o clube parará de crescer. É hora de acabarmos com essa paixão vernácula absolutamente imbecil. Está na hora de o Brasil produzir técnicos, como há na Argentina, que sejam cogitados por grandes clubes europeus. É tempo de boa mudança.
Daniel Muzitano

sábado, 31 de agosto de 2019

Professor basbaque, um falsário fobó

Conquanto soe um tanto piegas, é impreterível no dever do profissional existir coerência, a saber, independentemente da área em que ele atue. Ipsis litteris, comentá-lo-ei neste então acerca da conduta do professor Pasquale, vulgo basbaque; sujeito, claro, de uma visão extremamente depauperada e que envilece a Língua Portuguesa.
Sem mais preâmbulos, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, escrevia "cabeçário", em vez de cabeçalho. Manuela D'ávila, outra anta sem igual, ex-candidata à vice-presidente da República na chapa larápia do PT, em vez de evangelho, redigiu "evangélio". Mendonça Filho, outro ex-ministro da Educação, já disse "ouvo", em vez de ouço. E ontem, para findar meus exemplos, Abraham Weintraub, o atual ex-ministro da Educação, escreveu paralisação com z e suspensão com ç.
Data venia, o caro Pasquale foi omisso em todos os casos, tirante o último, diga-se, por preferência ideológica. Assim sendo, podemos presumir que a ideologia, na visão dele, vence seu suspeito amor à profissão, o que faz dele um desserviço à área. Em sua coluna, o dito-cujo tece loas a movimentos culturais de esquerda e a políticos de esquerda, bem como prova como é curto seu raciocínio, de modo que não sabe a diferença de necrópsia para autópsia, além de ser fã de Antônio Houaiss e fielmente oposto ao Novo Acordo, que é de esquerda, quando o próprio foi o pai da norma.
In terminis, como não sou um militante e não tenho vicissitudes para com críticas, a refocilar, de acordo com o respectivo personagem, todos os erros são gravíssimos e dignos de pessoas semianalfabetas, de maneira que minha profissão está à frente de meus gostos políticos. Aliás, paralisação, que emana de paralisia, vindo do grego parálysis, id est, fraqueza, adjetiva bem esse comportamento demasiado imbecil da esquerda. Portanto, além de ela ter seus bandidos de estimação, fabrica também seus burros caseiros. E olha que nem mencionei as necedades de Lula e Dilma. Senão, era papo para dias e dias. Pasquale não é nada, a não ser uma paralisia. E mais, a essência do profissionalismo reside na nossa honestidade intelectual. Mas, embora seja bem velho e acabado, nosso amiguinho ainda não descobriu isso. Um abraço.
Daniel Muzitano

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Os pacóvios que afiançam Caetano

Malgrado a maioria oposta, herói, consoante Nelson Rodrigues, é o sujeito outro que tem a capacidade de escrever, diga-se, com o mínimo de autenticidade. Tirante um ou outro nome, há uma covardia vernácula Brasil afora nesse sentido. Esta semana, proveniente de minha célebre amada Patricia Cortes, vi pessoas várias elogiando a "obra" do inútil Caetano; aquele, a ver, que gostava, quando com seus 40 anos, de uma menininha de 13.
Alcunhado de poeta por uma súcia de ineptos, Caetano, para início de conversa, sob a forma da máfia do dendê, cassou jornalistas que criticavam seu trabalho, que por seu turno enaltece um gosto excêntrico por um leãozinho, embora alguns dizem ter isso certa riqueza poética. Outro ora, me não lembro de ter lido tamanha estupidez, a ver, resultante de seus fãs.
Demais disso, é ele pai da uniformização de pensamento cultural, a citar, na burra Tropicália, que, bem como a Semana de 22, queria propiciar algo original a um suposto Brasil novo, ainda que tenha buscado como influências Hendrix e Beatles. Pari passu, também ele transformou a MPB numa sigla ideológica, assim como a Lei Rouanet num sistema ditatorial sem igual. Não à toa, desde 2002, época em que Gil foi ministro, nem um artista sequer teceu um comentário oposto à ideologia caetânica.
In terminis, dados todos esses fatos, sinto repulsa extrema por esses babacas, sim, babacas comuns, que saem por aí, independentemente da posição ideológica, formulando elogios a uma figura abjeta, limitada e que nunca será influência cultural àqueles com mais de dois neurônios. Lembram do Nelson? Tenho autenticidade, e, por isso, sinto-me com' herói, com o perdão do alto nível. Aos fãs da múmia: burrice com arrogância até a Anitta tem. Ah, a música mais famosa de Caetano, Sozinho, uma belíssima letra por sinal, não é do Caetano. Um abraço.
Daniel Muzitano

terça-feira, 23 de julho de 2019

O culto à figura da puta (Bruna Surfistinha)

Data venia, vale sempre asseverar que a deliquescência cultural não vem à tona por acaso, de modo que, com afinco, apontá-lo-ei por que razão a Bruna Surfistinha, queira ou não, tem certa idolatria, despertando quando menos a curiosidade ou o afeto colossal por parte da população. A bem dos fatos, José de Alencar, na figura de Lucíola, uma prostituta glamourizada como modelo a ser seguido, foi leitura obrigatória escolas afora, de maneira que gerações anteriores à minha tiveram também contato com a literatura aludida, e isso vale outrossim para a minha época de colegial.
Naquele então, diga-se, eu era adolescente, id est, estava tendo a cabeça formada para a narrativa de que pode sim uma puta ser uma referência para a mulher. Quanto ao imaginário popular, puta virou sinônimo de extraordinário ou intenso, exempli gratia, quando falamos que fulano é um "puta" profissional, ou seja, um profissional extraordinário. A puta, por conta do livro, ganhou também o significado de dinheiro, por seu turno simbolizando valor, a saber, na palavra puto. Com isso, notem: não tenho um puto (dinheiro/real) no bolso.
Dado o exposto, a linha gramscista-marxista, ao encontro de Alencar, viu na prostituta um elemento para romper a família, banalizando o conceito da palavra em questão. Ademais, a puta gerou também a ideia de que ter amante é normal, tal como de que orgias, relacionamentos a três e a mulher independente, como alguém a sair por aí dando sem rumo, são fatos demasiado comuns. Em suma, a esquerda, que diz combater o machismo e pregar o respeito à mulher, foi a formuladora dessa inversão; uma contradição, a ver, bastante nítida.
In terminis, a Bruna Surfistinha, nesse aspecto, é a consolidação de que o plano de destruir os preceitos do conservadorismo, e a puta é um dentre tantos grupos, foi muito bem-sucedido. Como o debate cultural no Brasil é raso, é dever meu esmiuçar que o cenário posto aqui não vem sendo denunciado. José de Alencar, como Manuel Bandeira e outros que estiveram a serviço da esquerda, é um filho-da-puta sobremaneira com hífen. Nada é por acaso. Ponto.

Daniel Muzitano

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Um jogo minimamente bom, embora taticamente atrasado

No meu memento atinente ao jogo envolvendo Brasil e Argentina, a ver, Daniel Alves, seguido de Messi, foi indubitavelmente o melhor em campo, tanto pela pré-assistência e pela entrega, tal como pela autoridade que obteve ao chamar a partida para si. Entretanto, tirante um pouco esse duelo, o más-más sul-americano é nítido, de maneira que afirmo que, seguindo assim, nem uma seleção sul-americana ganhará mais nada, senão torneios propriamente sul-americanos.
Pari passu, nossa intempérie está no fato de acharmos que só raça e técnica são elementos suficientes, haja vista que estamos num atraso tático infindável. Na melhor atuação do Brasil, nada de excepcional, eis que a equipe finalizou apenas quatro vezes, foi de novo um time sem repertório ofensivo e mais uma vez refém deste ou daqueloutro brilho individual. A Argentina, um pouco mais desorganizada do que o Brasil, perdeu por incompetência nas finalizações, diga-se, catorze ao todo; número, a ver, além do triplo do Brasil.
Em outros termos, ganhar hoje de qualquer seleção sul-americana, em vista do atraso tático em comparação às potências europeias, não significa nada. In terminis, assim como em momentos recentes, estamos nos iludindo mais uma vez, conquanto tenhamos sido eliminados nos últimos mundiais para França, Holanda, Alemanha e Bélgica, id est, quatro escolas e escalões diferentes. Será que isso não quer dizer nada? E olha que nem frisei sobre a ausência de treinadores brasileiros nos grandes ou mesmo médios clubes europeus. Comemorar vitórias é importante. Iludir-se, não. Ponto.

Daniel Muzitano

domingo, 16 de junho de 2019

Fugir do bê-á-bá é para os grandes

Distúrbio na articulação e pronúncia de palavras devido à lesão num órgão fonador: eis a definição do Caldas e do Houaiss para com dislalia, embora ambos menoscabem o uso do acento grave na definição, diga-se, por mim acrescentado. Despautério à parte, a inovação far-se-á imprescindível. Ipso facto, entendi o porquê de eu admirar, ao assistir ao filme O gênio e o louco, os respectivos trabalhos de Diniz e Sampaoli, a ver, à frente do Fluminense e do Santos.
In verbis, eles exercem uma espécie de diérese, separação aos mais tímidos, possibilitando outras visões ao futebol cá jogado. ln totum, é demasiado fácil, por exemplo, um professor de português jogar mil regras e mandar o aluno decorá-las. Entretanto, aplicar a etimologia como essência de método leva mais tempo e depende de mais estudo e esforço, a saber, de parte a parte. Para a esfera futebolística, fazer um gol e recuar, à base do chutão, do lançamento longo, contando com uma individualidade ou outra, é um caminho que não exige predicados vários.
Na comparação, a escola de Felipão é a do professor da decoreba, dilacerando o moderno, renegando o novo. À guisa Diniz e Sampaoli, o método roboraria a etimologia, tanto como técnica tanto quanto treino, o que nos conduz para a posse de bola, para a saída literária, impondo uma proximidade tática entre jogadores e técnico, ou, se preferir, entre aluno e professor. Em suma, fazer o mais desafiador, seja na área que for, é algo para grandes homens. Ponto.

Daniel Muzitano

quinta-feira, 6 de junho de 2019

De volta para o campo


Com a devida licença ao colendo leitor, data venia aos que gostam de latim, lembrá-lo-ei o motivo de meus 6 meses tácito, conquanto haja tantos que dele não esqueceram. Assim, pelo fato de que o Vasco, motivo de minha ausência, não tenha caído no último campeonato, diga-se, por um mísero gol, deixei de escrever, a pagar atinente a uma aposta em que cravei o clube na segundona deste ano. Pari passu, cá retrocedo e vejo o cruzmaltino em último; sem contar o vice-campeonato no carioca e a eliminação precoce na Copa do Brasil. Dados os fatos, que quando opostos a mim, pior para eles, falara certa vez o escorreito Nelson Rodrigues, ouso dizer que não errei, mas sim que adiei meu acerto.

Acertadas as contas, li a estultice de que Neymar, o eterno garoto, foi o melhor após Pelé. In verbis, respondo de modo curto que Neymar hoje não é o melhor sequer de seu time, haja vista que por lá está o campeão mundial Kylian Mbappé, o que traduz a pobreza nas chuteiras de nossas folhas jornalísticas. E já que usei o vocábulo melhor, Diniz e Sampaoli são esperanças para que o futebol brasileiro saia da mesmice, adote outros tipos de jogo e ganhe em termos de modernização. O senão é que nem um e nem outro, pior deveras para Diniz, possui um time tecnicamente à altura da escola à la Guardiola, que privilegia a bola, abdica do chutão e compila um repertório amplo de jogadas. Em suma, seria ótimo que um dos dois vencesse um torneio, ainda que eu não acredite pela limitação dos respectivos elencos.

Demais disso, Jorge Jesus é candidato outro para fazer parte do grupo, pois parece ser adepto de ideias similares; diria até irreprocháveis levando em conta a deliquescência tática pela qual o Brasil passa. Em pleno 2019, ainda estamos viciados no resultado, no primitivismo, no guarda-vala que não usa os pés, no cruzamento a todo instante: tudo remetendo à mais alta precariedade e falta de inteligência. Aliás, Abel é símbolo disso. À frente do Flamengo, levou gol em todas as partidas do campeonato brasileiro, bem como houve o sufoco para ganhar dos reservas do Atlético Paranaense, a derrota com um homem a mais em toda a etapa final para o Galo de Minas e o desespero contra o Peñarol; além de levar gols contra times de terceira e quarta divisões no carioca, com um plantel muito rico em quesito técnico. Entretanto, teve ele o vício do resultado. Há perspectivas? Talvez o Felipão, um Abel que arma melhor sua zaga, estrague mais uma vez o resquício de atualidade do futebol nacional. Bem-vindos! 

Daniel Muzitano

domingo, 21 de abril de 2019

A importância da prioridade

Na última página de A Vida Intelectual, Antonin-Gilbert Sertillanges diz: de verbis et factis secularium nullatenus te intromittas, qual seja, não te envolvas de maneira alguma com as palavras e ações dos leigos. Pari passu, povoar a solidão e limitar aos tolos o tratamento básico, humilhando-os quando preciso, é a primazia àqueles que pretendem não o cum-quibus preeminente, e sim o crescimento intelectual enquanto indivíduo.
Ao encontro do fato, far-se-á também o que Gasset esboçou, id est, selecionar é aprender, o que incute o verdadeiro modelo de ensino. Assim sendo, a locupletação referencial decorre da exclusão de coisas como o funk e a novela, por exemplo, em prol da repetição e intensidade para com a música clássica e o feitio etimológico. O senão de tudo está no imbróglio de que, devido à pérfida Semana de 22, selecionar a riqueza cultural é uma espécie de arrogância e preconceito, pois estamos acostumados a folclorizar nossos problemas.
Dado o exposto, o funk - oriundo da sigla ideológica da MPB - torna-se uma cultura privilegiada, assim como a favela e o mau-caratismo passam a ser vistos como uma moradia romanceada e um costume literário a ser seguido. Em suma, essa cultura cá exposta e da qual somos reféns, faz-nos cegos na resolução de nossos problemas; isso, a ver, para ficar apenas em exemplos poucos.
Por fim, diferentemente dos covardes professores da minha área, viso ao fato de mostrar que hoje, embora muitos menoscabem, o mais importante para o país é entendermos o cenário e a degeneração própria de nossa cultura, a fim de que possamos rompê-la de imediato, no intuito de criarmos outro imaginário. Com isso, estou ao menos tentando fazer a minha parte, pelo menos no que se refere à transmissão de uma leitura e à proposição doutra. Entretanto, vai da audácia e predisposição de cada um. Portanto, é isso.

Daniel Muzitano

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Crivella, a realidade dos fatos

Para logo, decerto é consentâneo ressaltar que houve desde o início da era Crivella, inclusive no período pré-eleitoral, uma perseguição infindável por parte da Globo, com seu comportamento diria até prepóstero, em vista de que o atual prefeito, à época candidato, além de não ser um caudatário do carnaval, bem é uma espécie de representante da Record, pelo menos aos olhos da Rede Globo; o que, recordemos, fez dele capa da Veja uma semana antes do segundo turno das eleições.
A bem dos fatos, a impopularidade de Crivella vai muito ao encontro dessa perseguição, pois incute inclusive pessoas que evitam falar de política, mas que consomem Globo News ou similitudes pútridas. Ipsis litteris, Crivella é sim um péssimo gestor, tal como um inábil comunicador. Aliás, o carioca -sendo ele opositor ou não - possui muita dificuldade para citar o que Crivella fez em seu mandato, a saber, tão-somente por esse senão na comunicação.
Demais disso, vejo exageros muitos na cobrança, uma vez que Crivella foi muito mais negligente, a saber, do que propriamente incompetente. Em suma, não teve a capacidade de destruir ainda mais a pocilga que é o Rio, coisa que o Freixo faria, e terminará seus 4 anos entregando a cidade do mesmo modo, id est, cheia de dívidas, de insegurança e demasiado depauperada culturalmente.
Por fim, se por um lado é ele pouco arguto enquanto gestor, ainda possui uma lábia política inteligente. Ao falar para a Globo, tentou surfar na popularidade do presidente da República, tal como usou da falta de credibilidade da Globo para diminuir sua impopularidade, reduzindo a emissora à indecência carnavalesca, diga-se, cativando parte do público que até ontem vinha tecendo a ele vituperações várias. In verbis, se hoje seus fiéis não estão tão fiéis, um Freixo como oposição, a perseguição da Globo ou a burrice do carioca pode sim dar a Crivella uma reeleição. No Rio, até o inviável é viável, pois somos a imunda e paupérrima capital do funk. Até.
Daniel Muzitano

sexta-feira, 15 de março de 2019

Lava-jato, o único instrumento colendo

Uma vez que pouco vale entrar no mérito jurídico de um fato com cunho absurdo, data venia, isto é, com a devida licença em latim, contrapô-lo-ei de modo breve àquele farisaísta adjetivo formulado por Celso de Mello, portanto, colendo. Malgrado a votação de ontem ter como finalidade única a dilaceração da Lava-jato, o ministro, em sua fleuma, quis nos fazer crer que o nosso Supremo Tribunal Federal, que sempre optou pela impunidade homérica, seria um órgão respeitável, em vista de que é esse hoje o significado do adjetivo supracitado.
Do latim colendus, gerundivo de colere, qual seja, venerar, como atribuir a um Supremo tal qualidade, posto que é ele a essência da inconstância jurídica, com sua cúpula, vale destacar o nome de Gilmar Mendes, enrolada em escândalos tantos? Brasil, Brasil, que horas irá acordar? A epizêuxis, figura que consiste em repetir a mesma palavra seguidamente, por sua vez designando ligação, é um ponto para refletirmos e tomarmos medidas que vão ao encontro de cessar os poderes hiperbólicos desse maldito Supremo.
Por fim, cinco anos de operação e de resultados ricos, caso nada seja feito, irão às favas. Esse poder infindável dos esquerdistas larápios Marco Aurélio Mello, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli precisa ser cassado. O Brasil, até para Nelson Rodrigues, é um lugar incalculável e inimaginável. A todos eles, é preciso alguém gritar: Às ruas! Pelo colendo trabalho da Lava-jato! Ponto.
Daniel Muzitano

sexta-feira, 1 de março de 2019

Um verdadeiro fulgor

O doutor Minh Dung Nghiem, em sua obra-prima Música, Inteligência e Personalidade, trata certos gêneros musicais como aquilo que chamo de aberratio ictus, qual seja, o que atinge indiretamente a outrem. In verbis, diz ele que o músico ou um exímio conhecedor de música, a saber, faz dela uma linguagem, e isso por corolário implica nele a interpretação rica, a facilidade em transmitir mensagem e o exacerbamento quanto ao potencial criativo.
Em contrapartida, o cérebro intelectual, também conhecido como hemisfério esquerdo, posto que o direito compila a parte emocional, é bloqueado, caso seu gosto seja demasiado ruinoso. Ipsis verbis, letras com mensagens pobres geram desatenção e preguiça, mormente em crianças. Demais disso, o dito-cujo aclara que a boa música, Chopin, por exemplo, cura doenças várias, id est, acaba com insônias, angústias, depressões etc.
Minh Dung, de igual clareza, acentua que as músicas influenciam nossos costumes, de modo que estou propenso a ser violento e drogado, caso ouça canções que estejam atreladas à violência e à droga. Em suma, somos resultado daquilo que ouvimos. Pari passu, ele ainda incute ao livro os procedimentos mais técnicos e científicos, além de ressaltar que as crianças, vítimas de poluição sonora, produzem consigo, como supracitado, ainda mais ócio e falta de circunspecção.
Por fim, devido à mídia e ao Estado incentivarem artes estultas, e à similitude de nossa Reforma Ortográfica, a França elaborou um Novo Acordo há mais de 20 anos, em consequência da dificuldade de os franceses se comunicarem, muito por conta de eles possuírem à época uma cultura primitiva, burra por assim dizer. Dado o exposto, isso acarretou num empobrecimento da língua, pois ela foi feita, à revelia de quem pensa, não para ser locupletada, mas para ser nivelada por baixo, a fim de incluir e ficar adaptada aos indigentes mentais. Para tanto, a música não pode ser vista como um entretenimento, e sim como uma substância para a formulação de um país digno enquanto cultura. Fim.
Daniel Muzitano

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Os falsos impertérritos

Sem mais preâmbulos, acerca de Renan Calheiros e Kátia Abreu, não é sem-razão dizer que mais são pessoas sine nobilitate, qual seja, sem nobreza, sem nascimento, diga-se, moral e intelectual. O falso denodo desse pessoal, caracterizado como um lupanar às claras, faz-nos refletir que as diversas possibilidades político-intelectuais reduziram nossas riquezas do passado a nada, como promulgou sabiamente Ortega y Gasset. Embora nunca tenhamos sido um país escorreito, o decoro e a ordem, noutros tempos, eram pré-requisitos numa votação ao Senado.
Em meio aos fatos, é sine qua non a extirpação cultural do que o mesmo Ortega alcunhou de idola fori, isto é, os ídolos do mercado. A elevação de figuras abjetas, à Kátia Abreu e à Calheiros - a crase faz-se aí pelo intuito da moda, afinal, não sou um Pasquale- são dois dentre um sem-número de exemplos. Em suma, enquanto não produzirmos a faculdade do critério e a navegação da opulência referencial, mais seremos configurados pela prepotência e insegurança semântica de diversos imbecis, que hoje têm as faces de Kátia e Renan; dois palúrdios incapazes de interpretar esse texto.

Daniel Muzitano

domingo, 6 de janeiro de 2019

O lapso da disquisição

Embora há cinquenta décadas não fosse mais do que um impropério, hoje a toleima docente é regra, sobretudo quando o assunto perlustra estudos linguísticos e as mentes de gênios à moda João Ribeiro. Que sentimento outro posso oferecer, senão a qualidade do que é irascível? A contrario sensu, caminho resistente àquele culto à ignorância incutido até hoje nos "mestres" de Letras, com respeito à maiúscula.
Demais disso, folhas e mais folhas fizeram crer que Istambul, por mera burrice arábica, foi formada pela frase eis tên polin, ou seja, vamos à cidade. Desta feita, um árabe ouviu a frase e daí passou a chamar o lugar de Istambul. Entretanto, chovem explicações estultas feitas pelos professores abjetos de 22. Para dar luz à matéria, encerro com Itapuã, noutros tempos digna de elogio, designando, por motivos óbvios, pedra preciosa. Aos que criticam meu gosto antigo: estudo os mortos, pois boa parte dos vivos sequer nasceu.

Daniel Muzitano