sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Os falsos impertérritos

Sem mais preâmbulos, acerca de Renan Calheiros e Kátia Abreu, não é sem-razão dizer que mais são pessoas sine nobilitate, qual seja, sem nobreza, sem nascimento, diga-se, moral e intelectual. O falso denodo desse pessoal, caracterizado como um lupanar às claras, faz-nos refletir que as diversas possibilidades político-intelectuais reduziram nossas riquezas do passado a nada, como promulgou sabiamente Ortega y Gasset. Embora nunca tenhamos sido um país escorreito, o decoro e a ordem, noutros tempos, eram pré-requisitos numa votação ao Senado.
Em meio aos fatos, é sine qua non a extirpação cultural do que o mesmo Ortega alcunhou de idola fori, isto é, os ídolos do mercado. A elevação de figuras abjetas, à Kátia Abreu e à Calheiros - a crase faz-se aí pelo intuito da moda, afinal, não sou um Pasquale- são dois dentre um sem-número de exemplos. Em suma, enquanto não produzirmos a faculdade do critério e a navegação da opulência referencial, mais seremos configurados pela prepotência e insegurança semântica de diversos imbecis, que hoje têm as faces de Kátia e Renan; dois palúrdios incapazes de interpretar esse texto.

Daniel Muzitano

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