sexta-feira, 1 de março de 2019

Um verdadeiro fulgor

O doutor Minh Dung Nghiem, em sua obra-prima Música, Inteligência e Personalidade, trata certos gêneros musicais como aquilo que chamo de aberratio ictus, qual seja, o que atinge indiretamente a outrem. In verbis, diz ele que o músico ou um exímio conhecedor de música, a saber, faz dela uma linguagem, e isso por corolário implica nele a interpretação rica, a facilidade em transmitir mensagem e o exacerbamento quanto ao potencial criativo.
Em contrapartida, o cérebro intelectual, também conhecido como hemisfério esquerdo, posto que o direito compila a parte emocional, é bloqueado, caso seu gosto seja demasiado ruinoso. Ipsis verbis, letras com mensagens pobres geram desatenção e preguiça, mormente em crianças. Demais disso, o dito-cujo aclara que a boa música, Chopin, por exemplo, cura doenças várias, id est, acaba com insônias, angústias, depressões etc.
Minh Dung, de igual clareza, acentua que as músicas influenciam nossos costumes, de modo que estou propenso a ser violento e drogado, caso ouça canções que estejam atreladas à violência e à droga. Em suma, somos resultado daquilo que ouvimos. Pari passu, ele ainda incute ao livro os procedimentos mais técnicos e científicos, além de ressaltar que as crianças, vítimas de poluição sonora, produzem consigo, como supracitado, ainda mais ócio e falta de circunspecção.
Por fim, devido à mídia e ao Estado incentivarem artes estultas, e à similitude de nossa Reforma Ortográfica, a França elaborou um Novo Acordo há mais de 20 anos, em consequência da dificuldade de os franceses se comunicarem, muito por conta de eles possuírem à época uma cultura primitiva, burra por assim dizer. Dado o exposto, isso acarretou num empobrecimento da língua, pois ela foi feita, à revelia de quem pensa, não para ser locupletada, mas para ser nivelada por baixo, a fim de incluir e ficar adaptada aos indigentes mentais. Para tanto, a música não pode ser vista como um entretenimento, e sim como uma substância para a formulação de um país digno enquanto cultura. Fim.
Daniel Muzitano

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