sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Antitabagismo, o elemento ditatorial

Como sói ocorrer antes do proferimento de qualquer texto, refleti se valeria a pena abordar o assunto em questão, sem imergir em polidas tergiversações. Em instância primeva, não fumo e não tenho a menor vontade de cometer tal despautério, embora recomende, como Nelson Rodrigues, que o homem deve manter ao menos um vício, sobretudo num lugar como o Rio de Janeiro, repleto por sua vez de um sem-número de imbecis.

Assim exposto, o antitabagismo começa com o fim das propagandas de cigarro e com os anúncios dos males do tabaco em suas respectivas embalagens. Mutatis mutandis, o enredo passa para a determinação de uma área especial para não fumantes, trafega pela proibição do fumo em ambientes dos mais diversos e termina com o aumento triplicado dos planos de saúde àqueles que têm esse vício. Fossem efetuadas todas essas ações de uma só vez, indubitavelmente a sociedade perceberia como uma imposição, algo ditatorial, certo?

Dentre muitos, o cigarro foi o elemento selecionado, a fim de que contivesse o apoio moral e cego da direita, diga-se, principalmente da igreja, para uma tentativa de imposição em outros setores. O homossexualismo, por exemplo, não mais é hoje, como era originariamente, uma opção sexual. Hodiernamente, é uma bandeira política, uma forma até mesmo de ascensão profissional; ou ninguém sobe na vida alegando que perdeu um emprego por ser gay?

Nesse sentido, o racismo, o feminismo, a arte, a educação: tudo, outrossim ao antitabagismo, foi posto em prática aos poucos, atendendo aos anseios da esquerda mundial. Por corolário, chega-se agora à liberdade de expressão, ou não temos medo de perder emprego, amigos, até mesmo uma relação amorosa ou algo afim, por aquilo que opinamos nas redes? A origem do plano, estou chegando ao fim, é nada menos do que "No caminho", texto do suicida Maiakovski, sujeito que se matou depois de descobrir que defendeu um regime sanguinário a vida inteira, isto é, o comunismo.

In terminis, pode alguém perguntar: mas e a questão da saúde? Pois bem, o tráfico de cigarros aumentou, e isso gera sempre mais mortes, e os filmes, patrocinados mais das vezes pelo governo mundial de esquerda, que é quem em tese pregou a "saúde", seguiram fazendo propagandas indiretas ao vício; ou o Dicaprio fumando em um filme não é um estímulo? Porém, pela ação ditatorial, você, joão-ninguém, só pode fumar em casa. Aliás, que tal o "fique em casa"? Que os processos comecem!

Daniel Muzitano