terça-feira, 31 de outubro de 2017

A "democracia" de Caetano

Conquanto seja alguém contumaz ao proferir o farisaísta discurso de que defende a democracia, Caetano Veloso está errante quanto ao sentido fidedigno da palavra. A seu bel-prazer, seu currículo agrupa uma simpatia abissal pelo PV, pelo PT, pelo PC do B, pela Rede, pelo Psol: todos que de um modo ou doutro estão coadunados para com práticas antidemocráticas como, por exemplo, o apoio a regimes como Cuba, Venezuela, Coreia do Norte; sem contar, claro, a formulação do foro de São Paulo.
No mais, Caetano também é caudatário do MTST; movimento, logo, assaz criminoso. A saber, o MTST é aquele grupelho que deteriora patrimônio público, invade propriedades privadas, põe fogo em estradas etc. Grosso modo, uma patuleia que não respeita os valores democráticos de que tanto Caetano recita em seu universo onde é normal, pasmem, um homem ter 40 anos e transar com alguém de 13 aninhos, como promulgou a sua amada esposa.
Sem embargo, não terminemos por aqui. Ao lado de outros coronéis, o cantor também é responsável pelo marasmo, tal como por uma estultice cultural que vem de há muito. Em suma, as múmias da MPB estão representadas na classe política, a fim de um amplo domínio, saibam, determinando quem faz ou não sucesso, consoante as suas convicções político-ideológicas. Como se não bastasse, Caetano e Gil são os chefes da máfia do dendê; esquema, portanto, com o intuito de calar jornalistas contrários a ambos.
Apesar de todo o cenário, Caetano ainda inculca integrar e ovacionar a democracia. Por fim, alguém poderia citar um artista que tenha surgido nos últimos 15 anos e que tenha discordado de Caetano e de sua cúpula? Nada mais trivial gritar por algo cuja massa sequer percebe que dela não mais faz parte, ao passo que a propaganda é a alma do negócio. Caso ainda não fora suficiente, notaram que o pagode, o samba, o pop e até o funk compõem a atual MPB? E essa é a democracia, isto é, a uniformização de pensamento pregada por Caetano. É isso.
Daniel Muzitano

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O Fla-Flu do sono

Longe de ser um Fla-Flu à guisa de Nelson Rodrigues, o clássico de hoje nos reserva tão-somente obviedades, a ver, que o futebol europeu mandaria às favas. Dentre os aspectos enfadonhos, de um lado o ai-jesus sem alma. Doutro, o tricolor carioca em seu mais do mesmo, claro, um tanto paupérrimo. Ao par da classe artística, o futebol carioca prega a banalização, sobretudo na esfera tática. Destarte, dizê-lo-ei que viria a calhar uma melhor assonância, de modo a enriquecer um pouco a pobreza e a falta de imaginação, principalmente por parte de Abel Braga.
Para com Rueda, sejamos mais bem cautelosos, a fim de que não haja nenhuma sem-razão. Afinal, o tempo é curto à frente da equipe, conquanto até o momento ele não tenha feito despertar esse elenco sem maiores vibrações. Assim sendo, o Fla-Flu de hoje não faz parte daquele tempo cujo Nelson Rodrigues dissera que nasceu quarenta minutos antes do nada, e sim é caracterizado como um jogo corrido, esquálido em matéria de valor, e, sobretudo, que morrerá quarenta minutos antes de meu sono.
Sãmente, talvez Armando Nogueira fosse hábil para dar graça a um jogo que promete ser apático, vivo estivesse para redigir suas crônicas; entretanto. Aliás, seria escorreito preludiar que o cenário patético não fica restrito ao jogo em questão. Em princípio, Corinthians, Grêmio, Palmeiras, Santos: todos no Brasil carecem de algum fulgor. Somado a isso, vemos o torcedor vibrando às claras, como se algum time estivesse oferecendo o escol da bola. Àqueles magoados, só há um segmento cuja liderança ainda é nossa, isto é, a piada. Em suma, atualmente o brasileiro não é o melhor nem jogando peteca, que dirá definindo o futebol. É isso.
Daniel Muzitano

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O porquanto taciturno

Em tempos de prélios frequentes, amiúde sofremos perdas com relação a oportunidades das mais repletas. Desta feita, conquanto haja a possibilidade de nos expressarmos acerca de qualquer tema, nunca dantes nossas posições, sobretudo políticas, foram levadas em conta sob vários pontos; inclusive no âmbito profissional. Embora o mérito devesse ser um fator inelutável para com o sucesso profissional, mais das vezes as paixões são sobressaídas. Assim sendo, far-se-á necessário um comportamento mais bem cauteloso, isto é, um tanto taciturno. A propósito do fato, não há hoje uma liberdade de expressão a bel-prazer, ou seja, há de fato uma censura branda com um viés de especificidade moral dentro de um mundo absolutamente deletério.
Não à toa, afloram discussões sobre o limite da liberdade ou até que ponto seu excesso é usado como transgressão. Ao encontro do fato, crimes são justificados pela liberdade, tal como banalizações são tidas como a nova arte. Em contrapartida, preciso parece haver um cuidado ao abordar certos assuntos, ainda que no argumento não existam o crime e a banalidade estulta. Em tempos hodiernos, a carreira precisa ser assessorada de perto, a fim de que portas sigam abertas. Ao olhar de alguns, - talvez me inclua na turma - a vitória do comportamento sobre o mérito é de um atraso absoluto. Todavia, há escravos onde o politicamente correto impera. Em suma, o tempo é o do silêncio e o da observação. Como desfecho, roboro o raciocínio de Saramago: "O silêncio é o melhor aplauso". É isso.
Daniel Muzitano