segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Oposição sempre

Pela primeira em muito tempo sou obrigado a discordar do meu candidato à presidência Aécio Neves, na noite de ontem, o tucano ressaltou um discurso cujo não fui de nenhuma concórdia. Palavras dele: "É hora do Brasil se unir". Não senador, é hora de seguirmos o conselho do colunista da Veja, Rodrigo Constantino, e de sermos o que não fomos desde 2002, portanto, oposição. O ex-governador de Minas saiu desta eleição como uma exímia liderança contrária para com o PT. Perder isso agora talvez signifique o corolário da não investigação da Petrobras, da não punição, dentre outras mazelas cometidas pela gestão petista.

Resolvi escrever este texto no momento em que me deparei com uma frase do grande escritor Gregório de Matos: "Se justificam mentindo com pretextos enganosos, e com rodeios fingidos". O poeta tido como boca do inferno fizera nesse pensamento uma alusão ao governo da época em que era vivo; uma coincidência e tanto se trouxermos para os dias de hoje. Espero que o líder dos tucanos tenha em mente que o que acabou  foi a eleição. O projeto do PT, não. Abrir mão de fazer frente a isso que está aí, e sobretudo, ser apenas oposição de  quatro em quatro anos certamente implicará numa ditadura petista. Em suma, Aécio precisa ser Aécio mesmo tendo perdido para a senhora Dilma. É isso.

O poema que encerra o post coincidentemente foi feito para uma mulher cuja possui o mesmo nome da esposa do tucano. Segue abaixo:

Letícia

Sem teus círios de versos que choram,
no caminho indizível dos teus olhos.
Como de tantos amares em cânticos,
rebrilhando o amar de teu óbvio.

No inefável da dor que paira,
no fulgor de amor que respira.
No taciturno dos poemas de meu quarto,
me encontro de romance e poesia.

Erigindo um oceano de luz,
na fonte da crônica que redige.
Escrever é o cálice que seduz,
de louvor em ardor que irradia.

Se o infinito quiser tão depois,
no bendigo da jactância infinita.
Se os céus preferirem nós dois,
no caderno eu escrevo Letícia.

Daniel Muzitano

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Se fôssemos um país



Se fôssemos um país probo, certamente não teríamos uma ex-dirigente de um grupo terrorista (Var-Palmares) como candidata à reeleição para a Presidência da República. Se fôssemos um país imaculado, abdicaríamos de uma candidatura que integra um projeto ditatorial na América do Sul (Foro de São Paulo) juntamente com Fidel Castro. Se comportássemos o mínimo de pudicícia, não correríamos o risco de sermos governados com projetos que visam a censura e a escravidão.(Marco Civil e Mais Médicos). Se não alimentássemos tantos drogados e assassinos, nos importaríamos com o fato da petista ser ligada as Farc.

Se levássemos mais a sério nossa cultura, não aplaudiríamos a ditadura do Ecad bem como o comportamento petista de ameaçar jornalistas de oposição em seu próprio site. Se formulássemos o mínimo de índole, indubitavelmente teríamos tamanha indignação com o rombo na Petrobras e o pesado investimento em portos cubanos. Se soubéssemos um pouquinho da nossa legislação, teríamos ciência que a campanha de Dilma é ilegal tendo em vista que nenhuma candidatura pode receber verba de entidade estrangeira (Foro de São Paulo). Espero sinceramente que no dia 26 de outubro de 2014, a reluzente frase de Nelson Rodrigues fique submersa apenas ao âmbito futebolístico: "Muitas vezes é a falta de caráter que ganha um jogo". Um país que dá voz ao governo responsável pelo terceiro pior crescimento econômico da história, é um país que protesta e que em um ano perde a memória. Espero que não seja possível o PT vencer uma eleição em prol do ódio e do terrorismo. É isso.

Daniel Muzitano

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Até que enfim um debate


O termo debate no papai Aurélio possui a tradução de: discutir temas. Portanto, considerando o dicionário em questão podemos concluir que ontem finalmente houve um debate. Dilma e sua cintilante equipe de assessores resolveram mudar de tática; ao invés de porfiar nos ataques; algo que não vinha funcionando com o tucano, preferiram apontar números e adotar um discurso que cria identificação nas classes mais baixas: o do esforço, do trabalho sério, dentre outras especificidades.

A candidata à reeleição começou ganhando, mas suas mentiras assolaram sua própria lógica. A petista mais uma vez mentiu ao falar que o bolsa família foi criação do PT, engazupou quando abordou certas questões de Minas, e sobretudo, ressaltou o maior dos absurdos quando revelou que a inflação está controlada. Todavia, apesar das inúmeras mentiras, Dilma estava mais bem preparada nesse debate da Record se compararmos aos anteriores. Se Aécio não tivesse mudado seu discurso, certamente teria perdido feio.

Já que o debate se tornou de fato um debate, Aécio se viu na obrigação de desconstruir o discurso da Dilma, e empregar a retórica dos mais carentes; aspectos que ao longo do programa deram certo. Dois foram os destaques dos tucanos a meu ver. Primeiramente, o áudio de Dilma na propaganda do PSDB ressaltando que o tucano foi um dos melhores governadores do Brasil. O slogan foi muito bem utilizado: "Aécio aprovado até pela Dilma". Esse "Até" foi o advérbio determinante a fim de ressaltar desprezo e discordância para com a candidata.

Em segundo plano, o feliz discurso de Aécio rebatendo a petista quanto ao tema da Petrobras: "Que triste o país onde a presidente da República é que determina quem será investigado. Isso pode funcionar em algumas ditaduras amigas do seu governo, mas não no Brasil". Perfeito. Com essa fala Aécio decifrou bem o que foi, e o que é o governo Dilma. É notório que muita coisa mudou no debate, exceto o analfabetismo da presidente: "O pronatec foi um programa que eu tenho imensa orgulho". Dilma é incompetente independente de sua tática, e ontem fez valer em seu discurso o antigo conselho de Montaigne: "Nada parece verdadeiro que não possa parecer falso". É, cai quem quer. É isso.    

Daniel Muzitano

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A falta de Buarque. Quer dizer, caráter.


É notório ressaltarmos que Chico Buarque tem a aquiescência de votar em quem bem entende. No entanto, sua escolha pela candidata à presidência Dilma Rousseff está longe de ser apenas pessoal. Há anos, além de ter enviado uma carta ao mensaleiro Genoíno; petista condenado por corrupção ativa, pasmem, sua irmã Ana de Hollanda foi ministra do governo Dilma. Desde então, Chico foi ajudado inúmeras vezes com o sistema do Ecad que por sua vez é adepto para com a negação do direito autoral.
Uma vez negado o direito autoral, a dificuldade para quem está iniciando sua carreira é exacerbada. Logo, quem está principiando necessita cada vez mais de um padrinho, e, por sua vez, se torna indubitavelmente refém do governo diante desse tipo de estrutura. Se Chico faz parte do governo, não tem custo em absoluto; fora as regalias concedidas ao mesmo. Portanto, o lucro triplica. E enquanto pulmão do estado, é ele e sua cúpula que determinam quem fará sucesso ou não. Logo, o artista que se submete a isso não pode se manifestar averso ao estado.
Em suma, estamos aí presenciando uma ditadura na música. Mas o Chico não era contra a ditadura? A daqui que não atendia aos interesses dele certamente. Já a petista-cubana, não. Penso que o artista, antes de tudo, deve ser crítico. Confesso nunca ter gostado muito do músico em questão, salvo a ressalva de duas ou três canções. E é importante frisar que devemos aprender a dissociar o artista da pessoa. Mas como ser humano, o astro da Mpb faz macular a bela frase a seguir: "A melodia é a vida sensível da poesia", Beethoven. É isso. Enquanto pessoa, Buarque significa falta de caráter em meu dicionário.

Daniel Muzitano

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Os idiotas da imparcialidade


Meu dia teve como frontispício intelectual uma releitura de contos do pouco conhecido porém brilhante Artur Azevedo. Se vivo, indubitavelmente o autor seria de todo esmorecido para com a direção que estamos rumando no que diz respeito ao intelecto cultural. Digo isso posto na crença própria que o processo em questão é definitivo se levarmos em consideração o fato do mesmo nos incitar a uma série de campos.
Fico exasperado quando vejo o espaço que o funk, o pagode, os assuntos de segunda instância. Sobretudo, programas imbecis como esquenta, sexo e as negas e um pânico da vida possuem: fora outras boçalidades. Claro que o povo é burro e se esfacela sem ter um porquê. Mas, não deixa de ser um método estrambólico tal programação. Talvez isso possa explicar o comportamento da plebe ao tratar da política. Em suma, a grande maioria não procura informações precisas sobre o que posta nas redes sociais. Tampouco, reflete sobre o que relata.
Frases como: "Esta revista não é imparcial" servem de exemplo para com a ineptidão popular. Obviamente, no momento que você opta por algo já não é imparcial. A diferença é que alguns veículos deixam isso claro. Outros, não. E convenhamos, até uma criança sabe disso. É, bem que Nelson Rodrigues avisou sobre a revolução dos idiotas. Hoje por sua vez comandada por Dilma Rousseff. Daqui a pouco além da cultura ter a característica da estupidez, terá também a normalidade de tratar o marco civil, o mais médicos, o mensalão, a corrupção da Petrobras: tudo que esboça o escândalo como menção para com a ordem e o progresso. Ah sim, a origem do termo idiota implica tão no pronome "EU" e no verbo "OUVIR". Portanto, idiota nasceu com a tradução de: o ser que só escuta a si mesmo". Logo, vocês, os idiotas da imparcialidade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Vocês não sabem votar


Com 346.311 votos, Marcelo Freixo foi o deputado estadual mais votado na cidade pouco maravilhosa. O Brasil propiciou mais de 1,5 milhão de votos para Luciana Genro. Bem como, Jean Wyllys e Chico Alencar foram eleitos para deputados federais com números expressivos. Pior que isso só a candidatura de Collor ao senado representando Alagoas.
A boa notícia foi a brilhante votação de um dos poucos que configura o que chamamos de direita. Logo, Jair Bolsonaro. Aécio Neves foi a boa surpresa para terror do Foro de São Paulo. A tendência é o tucano crescer cada vez mais se levarmos em conta a rejeição da terrorista. O Brasil ainda porfia para com a eleição do PMBD em diversos estados. Algo execrável posto que desde sempre o partido manda no presidente pelo fato de comandar a grande maioria das regiões.
Serão quatro anos um tanto quanto árduos na câmara. Todavia, fazer o exequível para a saída do PT é fundamental para o progresso do país. Me causa muita misantropia em saber que estou cercado de imbecis. Mas hei de confessar que poderia ter sido muito pior caso a corrida presidencial comportasse Dilma e Marina. E para você que votou na Dilma, pense na pergunta de Nietzsche para o segundo turno: Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade? Pois é. Vocês não sabem votar. Contudo, terão mais uma oportunidade.
Daniel Muzitano

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Um dia de leão



Não perderei meu tempo enfatizando que Levy Fidelix adotou um discurso dentro da lei. Tampouco abordarei a conduta infame de Eduardo Jorge frisando que processará o candidato já citado por algumas declarações. Para o PV: prezar em favor da família segundo a ideologia político-religiosa é crime. Agora, usufruir dos correios, ter candidatura ilegal pelo foro de São Paulo, sobretudo, tentar corromper o congresso por duas vezes não é motivo para um eventual processo. Enfim.

Poderia também refocilar a boa participação do Pastor, a postura sem fulgor de Marina Silva. Bem como, a inocuidade galopante de Dilma Rousseff. Mas não, irei enaltecer aqui a postura de Aécio Neves. O candidato à presidência pelo PSDB soube descortinar os pontos frágeis das duas mulheres com candidaturas ilegais. Com relação a Marina, Aécio foi bastante opulente quando fez menção ao fato dessa mudar de posição a todo momento, e, indubitavelmente, apresentar tamanha similitude se compararmos para com a outra em questão.

Já o que destaco contra a petista diz respeito ao prezado instante cujo Aécio relatou: "Mais uma pérola de Dilma. Ela disse que a inflação está controlada". Perfeito. Aécio mudou muito seu perfil ao longo da candidatura. Se no início da campanha a intenção era apresentar propostas, no fim o mesmo entendeu que ir à luta, logo atacar, é o que de fato o faria crescer, e convenhamos, fez. O povo não queria saber da economia, de redução dos ministérios, do fim da reeleição, do programa para os jovens e etc. A população sempre quis ver do candidato o que viu ontem. Portanto, a indignação.

Para encerrar, revigoro a atitude de Aécio no que se concerne para com Luciana Genro. O tucano colocou a aviltante em seu devido lugar quando disse:“Você faz aqui o seu espetáculo. Não tem a menor conexão com a realidade". E segue na tréplica: "Luciana, não seja leviana. Você está aqui como candidata da república(....). Acusações levianas em véspera de eleição não servem a um debate deste nível. Lamentavelmente, você não está preparada para disputar a presidência da república". Para Camões, Aécio deve ter sido o mais fraco. Afinal, segundo o autor: "É fraqueza entre ovelhas ser leão". É isso.

Daniel Muzitano

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Tarcísio é chapa-branca


Johann Wolfgang von Goethe foi talvez um dos escritores que mais contribuiu para a fulgência da literatura europeia. Segundo o mesmo: "A juventude é uma embriaguez sem vinho". E por mais que a frase tenha sido dita há quase duzentos anos, a mesma é cada vez mais hodierna. Bom, cito Goethe para tratar aqui das eleições para o governo do Rio de Janeiro, sobretudo, para analisar o aspecto comportamental de parte dos jovens. Sigamos.

Antes de começarmos é importante frisar que a candidata Dilma Roussef dá amparo político para com as candidaturas de Garotinho, Lindberg e Marcelo Crivella. Vale rememorar também que o candidato do PMDB, Luís Fernando Pezão, fez inúmeras parcerias com o PT; algumas até ilegais. E, sobretudo, não mostra ter aversão nenhuma para com a candidata em questão. Portanto, é mais um fantoche do PT.

Os pseudointelectuais que me perdoem. No entanto, não me venham tais falar de Tarcísio como um discurso de mudança. O raciocínio é de extremo perfunctório se bem analisado. Antes de tudo, o candidato em questão é liderado por Freixo, Chico Alencar e Luciana Genro: todos ex-petistas e atuantes no governo Lula, quiçá no preâmbulo do governo Dilma. E se todos eles fizeram parte do que já está ai, integraram a coligação PMDB e PT. Afinal, que mudança é essa?

E das poucas propostas que o ignóbil em questão teceu; digo exíguas pelo fato de adotarem o velho hábito de criticar e pouco apresentar. Tais por sua vez se fazem utópicas, ou de um equívoco tamanho. Recuperar o velho Maracanã por exemplo é uma utopia se levarmos em consideração a forma como foi feita a privatização. Contudo, o mais absurdo a meu ver foi ele criticando a ação dos PMS no episódio do prédio da OI.

Suponhamos ao caro leitor que ele possua uma empresa e pague lá seus impostos em dia. Pois bem, de um dia para o outro, o prezado acorda e se depara com um bando ocupando seu terreno. O que o senhor faria nessa situação? O óbvio: chamaria as autoridades solicitando que o tirasse de lá. Aonde está o erro da PM?

Tarcísio não apresenta números, e sim, casos isolados. Trata black bloc das farc como manifestante. E ainda sim vejo no facebook um monte de estudantes com fotos: "Sou da Uerj e voto no Tarcísio",ou, "Sou da UFRJ e voto no Tarcísio". A única medida inteligente para o governo do Rio é o voto nulo, e, ir à procura da saída por quatro anos. Ah, sugiro aos jovens revolucionários que postem uma foto com o seguinte escrito: "Sou imbecil e voto no Tarcísio". É ridículo usar uma instituição visando propagar um candidato. É isso. Vão estudar seus idiotas da objetividade.    

Daniel Muzitano