terça-feira, 14 de outubro de 2014

A falta de Buarque. Quer dizer, caráter.


É notório ressaltarmos que Chico Buarque tem a aquiescência de votar em quem bem entende. No entanto, sua escolha pela candidata à presidência Dilma Rousseff está longe de ser apenas pessoal. Há anos, além de ter enviado uma carta ao mensaleiro Genoíno; petista condenado por corrupção ativa, pasmem, sua irmã Ana de Hollanda foi ministra do governo Dilma. Desde então, Chico foi ajudado inúmeras vezes com o sistema do Ecad que por sua vez é adepto para com a negação do direito autoral.
Uma vez negado o direito autoral, a dificuldade para quem está iniciando sua carreira é exacerbada. Logo, quem está principiando necessita cada vez mais de um padrinho, e, por sua vez, se torna indubitavelmente refém do governo diante desse tipo de estrutura. Se Chico faz parte do governo, não tem custo em absoluto; fora as regalias concedidas ao mesmo. Portanto, o lucro triplica. E enquanto pulmão do estado, é ele e sua cúpula que determinam quem fará sucesso ou não. Logo, o artista que se submete a isso não pode se manifestar averso ao estado.
Em suma, estamos aí presenciando uma ditadura na música. Mas o Chico não era contra a ditadura? A daqui que não atendia aos interesses dele certamente. Já a petista-cubana, não. Penso que o artista, antes de tudo, deve ser crítico. Confesso nunca ter gostado muito do músico em questão, salvo a ressalva de duas ou três canções. E é importante frisar que devemos aprender a dissociar o artista da pessoa. Mas como ser humano, o astro da Mpb faz macular a bela frase a seguir: "A melodia é a vida sensível da poesia", Beethoven. É isso. Enquanto pessoa, Buarque significa falta de caráter em meu dicionário.

Daniel Muzitano

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