segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O Fla-Flu do sono

Longe de ser um Fla-Flu à guisa de Nelson Rodrigues, o clássico de hoje nos reserva tão-somente obviedades, a ver, que o futebol europeu mandaria às favas. Dentre os aspectos enfadonhos, de um lado o ai-jesus sem alma. Doutro, o tricolor carioca em seu mais do mesmo, claro, um tanto paupérrimo. Ao par da classe artística, o futebol carioca prega a banalização, sobretudo na esfera tática. Destarte, dizê-lo-ei que viria a calhar uma melhor assonância, de modo a enriquecer um pouco a pobreza e a falta de imaginação, principalmente por parte de Abel Braga.
Para com Rueda, sejamos mais bem cautelosos, a fim de que não haja nenhuma sem-razão. Afinal, o tempo é curto à frente da equipe, conquanto até o momento ele não tenha feito despertar esse elenco sem maiores vibrações. Assim sendo, o Fla-Flu de hoje não faz parte daquele tempo cujo Nelson Rodrigues dissera que nasceu quarenta minutos antes do nada, e sim é caracterizado como um jogo corrido, esquálido em matéria de valor, e, sobretudo, que morrerá quarenta minutos antes de meu sono.
Sãmente, talvez Armando Nogueira fosse hábil para dar graça a um jogo que promete ser apático, vivo estivesse para redigir suas crônicas; entretanto. Aliás, seria escorreito preludiar que o cenário patético não fica restrito ao jogo em questão. Em princípio, Corinthians, Grêmio, Palmeiras, Santos: todos no Brasil carecem de algum fulgor. Somado a isso, vemos o torcedor vibrando às claras, como se algum time estivesse oferecendo o escol da bola. Àqueles magoados, só há um segmento cuja liderança ainda é nossa, isto é, a piada. Em suma, atualmente o brasileiro não é o melhor nem jogando peteca, que dirá definindo o futebol. É isso.
Daniel Muzitano

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