Dados os tempos atuais e as poucas vicissitudes intelectuais, bem sei que não é época para um título desta têmpera, porém, quem escreve para muitos, levando em conta o Brasil, está fadado ao ridículo ululante. Sob esse prisma, afiro um ponto outro que neste então a mim foi feito, scilicet, o porquê de eu porfiar em estudar etimologia, se não há, tirante um ou outro, interesse pela matéria propriamente supracitada.
In verbis, trato o fato com enorme facécia, em vista de que, fizesse eu o que é agrado para a maioria, seria, no melhor das hipóteses, um religioso fanático, alimentado pelo sentido literal de certos versículos, ou, quando não, alguém com gosto cultural extremamente questionável, perdendo capacidade técnica, empobrecido pelo nivelamento por baixo que assola o país. No Brasil, rumar ao contrário é obrigação, ainda que a consequência seja profissional, e, portanto, financeira.
Quanto à etimologia, não só locupleta a alma e é sine qua non para as atividades que cercam minha profissão, bem como nos faz entender diversos fatores político-culturais, filosóficos etc. Em suma, produzir vídeos e textos a respeito não é um ingresso à minha suposta altivez, e sim uma oportunidade de os meninos e as meninas virarem homens e mulheres, qual seja, cérebros capazes de um tête-à-tête para comigo, de modo a não haver, nos primeiros três minutos, perguntas demasiado ignorantes. Por fim, a ideia é essa. E cá entre nós, um vídeo ou um texto meu vale mais do que a carreira de muita gente por aí. Uma boa-noite a todos.
Daniel Muzitano
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