Vinícius de Moraes, o exímio poeta, dizia que nenhum fator a partir de o momento que é colocado no diminutivo faz mal. Pois bem, o mesmo porfiava em transformar o cerne de seus vícios exercendo de tal prática a fim de justificar seus hábitos nocivos, e sobretudo, transmudá-los em algo agradável, apraz. Sendo assim, terei a audácia aqui de promulgar que quem está à frente da seleção - dirigentes, comissão técnica e etc - comete o mesmo ato. Dito isso, no âmbito musical um cigarrinho resultava em uma "Garota de Ipanema". Um uisquinho fazia dimanar um "Eu sei que vou te amar". Já com a seleção de Dunga, sim, o fim é outro.
Há tempos justificamos nossos erros, portanto nos diminuímos, com o intuito de modificarmos nossos equívocos em acertos. É de uma covardia tamanha explicar nosso retrocesso tático, nossa falta de maturidade semântica, nossa pífia realidade em prol de chutões, jogadas sem alma, e principalmente, viver de glórias que não mais cabem. Mais uma vez procuramos um herói, um salvador. Tanto no futebol de Dunga quanto no PT de Dilma, sim, somos um verbo sem predicado. A culpa da incompetência é sempre do mundo, e mais uma vez o Paraguai, e outra vez, pois é, nas eloquentes e simples penalidades.
O futebol, assim como a política, não aprende com o que há de mais lúcido, ou seja, com os seus próprios erros. Ambos corruptos, ambos cegos, ambos enfadonhos. A inflação superior aos 7% juntamente com os memoráveis sete gols da Alemanha. Por fim, o povo perpetua em não aprender com a gramática da vida. Contudo, vamos nos preocupar com fotos coloridas, com especificidades fúteis; esquecendo assim o que rege nossa cultura e nosso futuro político. "Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes", Carlos Drummond de Andrade. É isso.
Daniel Muzitano
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