domingo, 4 de janeiro de 2015
Escuto pois sou culto
Acabo de ser chamado de inculto por alguns imbecis devido ao fato de eu escutar a banda das velhas virgens. Aliás, fui apelidado de medíocre por ser - segundo eles - o pior intelectual de uma página que trata sobre política. O termo medíocre, antes de tudo, se concerne ao significado de mediano, e não a ideia de péssimo como pregaram vários desses seres somíticos. Sigamos com a defesa sobre o conjunto já frisado.
Pois bem, a banda emanou ao fim da década de 80 abordando assuntos de cunho sexual e alcoólico, e, por sua vez, tratando o homem que se alimenta de tais como um emblema de enaltecimento enquanto visão de mundo. Com letras irônicas e melodias com ar meão, o grupo questiona segmentos (pagode/ funk/ forró) que nada agregam ao cenário musical mediante a sua própria composição sarcástica.
Uma vida refletida em bar e mulheres talvez para alguns não faça muito sentido, todavia vou lhe contar um segredo para o senhor que é colorido: há muito tempo, melhor, décadas, a maioria dos homens gostavam de mulheres. Pois é, incrível, né? Sim, poucos hoje são como eu, portanto, gostam de cerveja e mulheres. Se eu pudesse definir a banda em si usufruiria de uma citação do insano Maiakóvski: "A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo". É exatamente isso que os membros das velhas virgens exercem.
E por fim, os músicos ressaltados possuem um bom campo semântico tendo em vista que citam Nelson Rodrigues e Augusto dos Anjos mediante as respectivas canções com nomenclatura de: "As mulheres e Nelson Rodrigues" e "Não vale nada". Ao contrário desses esquerdopatas, há sim muita coisa boa nessa banda. E nem toquei no fato que eles já homenagearam ou cantaram com figuras como Cazuza, Rita Lee e Bezerra da Silva, ou seja, especialistas em algo que eleva o saber, portanto, a boemia da arte. Estão satisfeitos? Sugiro aos patetas: "Vão discutir com maconheiros da Uerj". Não sou da têmpera e nem de um nível intelectual tão baixo. Em suma, vocês estão aquém do escritor que vos fala.
Daniel Muzitano
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