quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Manoel de Barros
Há alguns meses pude ver o documentário "Só dez por cento é mentira"; um especial que envolvia o brilhante Manoel de Barros, um dos últimos bons poetas que hoje infelizmente nos deixou aos 97 anos. E é homenagem a ele que deixo este breve poema:
Se Deus existir,
O sangue que corre em meu corpo é verso,
é a ponte que transita e alterca;
algo límpido, algo que liga.
É o elo do meu coração,
para com meu cérebro.
Cada linha é cosmopolita,
algo dentre suas calçadas,
que são apenas um martírio de dor.
A flor de um vinho triste,
é a esfinge que liga a vida.
Eis aí,
no segundo trecho,
o preço,
de ser escritor.
De ser, Deus.
O apogeu não é o dinheiro,
é saber sim ter altivez,
e ciente em seu rosto.
É respirar de transcendente,
é ser tão novamente,
um Deus sendo escritor.
Obrigado Manoel de Barros (19/12/1916 - 13/11/2014)
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