quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Porta dos burros



Depois de presenciar um debate com Luciana Genro, Eduardo Jorge, Levy Fidelix, Marina Silva e Dilma, pasmem, não poderíamos deixar de tratar do tema em si. Logo tão, a comédia. Não é preciso ser nenhum gênio para concluir que o tal Pastor Everaldo, e o candidato ao qual votarei, Aécio Neves, foram os únicos que tiveram congruência ao abordar os temas.

Bom, me aufere em demasia a pauta da comédia no Brasil. E noto que de tal, há um avigoramento de boa parte do público jovem no que prima o grupo porta dos fundos. Quiçá, não tão somente os jovens. Que mal há nisso? A priore nenhum. Trata-se de uma equipe com tiradas interessantes. Sobretudo, com uma argúcia um tanto quanto boa.

No entanto, é preciso ir além do óbvio. Há também uma puerilidade no conceito. Se por um lado existe a solércia de identificar personagens característicos de nossa sociedade. Por outro ocorre uma generalização burra e essencialmente somítica.

O leitor por acaso já notou que em boa parte dos vídeos do grupo já ressaltado, não há a preocupação do nome para com um personagem? E ainda que ora um vídeo ou outro exerça tal minúcia, a intenção é que o público não perceba essa curiosidade. É bastante trivial alguém se dirigir a ti e dizer: Já viu o tal vídeo do porta dos fundos? Ninguém frisa: Você viu o vídeo do personagem tal do porta dos fundos?

O boçal Gregório Duvivier disse certa vez numa entrevista que elaborar comédia é um ato político. A perplexidade é que o sujeito escreve para a Folha de São Paulo. Prosseguindo, a partir do momento em que a empresa não faz questão de pôr nome aos personagens, esses por sua vez passam a ser conhecidos como: o policial, o bandido, o deputado, e por ai vai.

O conceito desses indivíduos é tão parvo, que no prezado instante em que generalizam que todo policial é racista, ou mesmo que todo policial é corrupto; ideias passadas em dois filmes aos quais assisti, tem-se como resultado uma incompreensão de não entender o que se passa com a segurança pública. Será que não há um policial que se preze? Será que o maior problema do Brasil são os PMS? Será que eles são bem preparados para realizar o exercício da profissão? Recebem tais as condições de estrutura das mais adequadas?

Diferentemente do porta dos fundos, eu não imponho certezas. Até porque, como diria o sábio Bukowski: "De certeza estão os idiotas. Os sábios estão cheios de dúvidas". Estranho muito o comportamento duma comédia que denigre a imagem de todos os PMS. E no entanto, produz de forma mais bem dócil fitas encomiando brigas de torcidas organizadas, e principalmente, ensinando como o público deve se comportar durante um assalto. "Falam mal da PM, mas não do bandido". Que engraçado!

Vivemos um tempo abjeto, pífio, mendicante. Seja na música, no futebol, na TV, nas rádios. As pessoas em sua grande maioria fortificam todo e qualquer tipo de idiotice sem saber do que se trata. Tenho como referência para com o riso, nada mais que o ímpar Chico Anysio; esse que dava nome aos seus personagens, e era genial naquilo que se propunha. É por essas e outras que nenhum desses animais altercados neste texto chegarão aos pés do grande Chico. Eis que eles não pensam no homem, e sim, num conjunto de homens. E para concluir: O que fica como lição é que a igualdade é a maior desigualdade em matéria de saber. E o salário ó..........

Daniel Muzitano

2 comentários: