quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Onde os mortos viram Deuses
Eduardo Campos não só será o tema mais abordado ao longo da semana, como indubitavelmente, o menos analisado de modo correto. Sim, pois afinal, todos que perecem neste país, independentemente de qualquer coisa, tornam-se fatalmente Deuses. Todavia, não me propínquo ao grupo cujo se comporta dessa maneira.
Primeiramente, quero deixar de clarividência minha notória repugnância para com aqueles que frisam inúmeras besteiras antes de pesquisar seja lá qual for o tema. É como promulgava Milan Kundera: "Nunca somos nós mesmos quando há plateia".
De preâmbulo, gostaria aqui de frisar que definitivamente o candidato em questão, não seria uma oposição ao pé da letra, se levarmos em conta a atual presidente. Campos já fez menção positiva ao governo Lula; esse que por sua vez o mesmo fez parte como ministro da ciência e tecnologia, bem como liderava um partido cujo a essência política é bem similar a do PT. Portanto, o PSB (Partido Socialista Brasileiro)
Dito isso, vale ressaltar também que o até ontem candidato à presidência, fora acusado de nortear fraude aos cofres públicos. Só no estado ao qual governou, o rombo foi de aproximadamente 480 milhões. Apesar dos escândalos, temos de reconhecer que se tratava de um bom economista, como também de um exímio governador de Pernambuco; levando em consideração o que ele pegou quando assumiu, e de tão evidente, o que deixou como legado por lá.
O ponto crucial para as tantas pessoas que o idolatram apenas pelo fato do mesmo ter morrido, é que essas não rememoram por exemplo, o fato da Ministra Ana Arraes, a mamãe de Campos, ter propiciado benefício aos mensaleiros. Sim, Campos e a sua mamãe foram de também responsáveis pelos privilégios aos quais os larápios estão usufruindo até os dias de hoje. É, o povo lamenta a morte de um político que ajudou sujeitos acusados de corrupção ativa, formação de quadrilha, dentre outros fatores.
E o detrimento maior: São dessa lamúria para com a morte de Campos. E no entanto, continuam criticando a terrorista Dilma. Com tudo isso que relatei, faz algum sentido esse tipo de comportamento? E creio sim que os que falarão mal de mim quando finalizado tal texto, serão os mesmos que amanhã caso eu venha de todo falecer, dirão, e sem pestanejar: "Foi um dos melhores intelectuais que eu conheci". O recado que deixo para esse tipo de gente é um só: Meu caráter e minha intelectualidade estão acima da morte e da vida de qualquer um. Não é porque uma pessoa morre que estará livre de minhas avaliações e questionamentos. Há um problema sério com a morte: Enquanto ela visa formar apenas Deuses, esquece de construir homens.
Daniel Muzitano
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