quinta-feira, 10 de abril de 2014

Uma questão para pensar


Breve gente seja dúvida. "Há mais mistérios entre o céu e a terra do que julga a nossa vã filosofia”, Shakespeare.

Lá estava eu sob a geladeira de meus pensamentos em busca de inspiração, todavia, de nada conseguia senão indolências em teto de ornamento. Até que passado alguns instantes, decido ouvir Vinícius e ler Carlos Pena Filho. Baudelaire e Fernando Pessoa vieram logo em seguida. E com isso realizei o que considero como a arcanja essência de meus poemas, meu nome é poeta.

Meu nome é poeta

No obliquar dos teus raios,
a implume pureza dos teus olhos.
No torpor de saia dos teus lábios,
o prolongado suntuoso de teus dóceis.

No ornamento de elegia do horizonte,
na íris longínqua impossível de teus cabelos.
Da perspectiva que balbucia tal errante,
a amplidão que acalanta vão-se aos seios.

Lírio prestante que de preitos,
dor que desatina em vasto desagravo.
Forma de vida a que deleito,
amor de eterno em minha amada.

Quem é poeta é poeta sempre, seja lá em que prosa da austeridade.
Poeta é vida que aos olhos da saudade, guarda em cortinas,
eternidade.


Após essa bela construção, ao descer ruminando e rumando para a tida cozinha. Esquentei a comida fria, e me deparei com a tal reportagem que culminava Valesca Popozuda como pensadora do contemporâneo numa prova de filosofia. E como tal detrimento alarmante, o secretário de educação frisava que o professor, cujo formulara a prova, estava cumprindo com os preceitos político educacionais.

Se bem me lembro, o termo filosofia advém do grego Phillos tendo como somatório Sophia; portanto implicando o êxito no português de "Filho da sabedoria" ou "Amor à sabedoria". Evidente que o episódio me causou certa repugnância, mas penso que a Valesca hoje nada mais é que um retrato da educação, dos educadores e dos alunos; que em sua maioria, incompetentes no que se propõem a exercer, ou mesmo a buscar enquanto sabedoria.

A prova, a educação, a saúde, a política, a mídia, e todos os outros módulos, são oriundos do que o povo almeja, do que busca. Seja na Tv, nas rádios, nas festas, nas redes sociais. Em suma, Valesca Popozuda. Alguém conhece Vivaldi? "Não existe ensino, e sim aprendizado", Antônio Abujamra. Sem mais.

Daniel Muzitano 

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2 comentários:

  1. Daniel, realmente, sem mais... O que posso dizer?
    Ah, outro dia uma moça disse-me que o irmão estava ouvindo beethoven no computador, com o som em altura média, possível de se ouvir na rua que ficava a cinco metros da casa de um bairro estritamente residencial, sem carros passando pela rua... De repente o rapaz foi tomar banho e a irmã mais que depressa desligou o som porque estava sentindo vergonha diante de algumas que passavam e diziam, ah, isso é música!
    Então...
    Um abraço. Tenhas uma sexta-feira para além da filosofia popô.

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