terça-feira, 8 de abril de 2014

O clássico e o Wilker


Breve gente seja dúvida. Sigamos no ponto de interpretação, na interrogação ao qual bebemos durante quase quatro anos. Este blog me propiciou muita coisa, como Brecht por exemplo: "O que é um assalto ao banco perto da fundação de um?" É Bertold.



Clássico dos milhões?

Eu poderia comentar sobre o clássico carioca, o antes apelidado como o dos milhões. Mas interpreto que um jogo com aproximadamente 40 minutos de bola rolando, não poderia ser nomeado de tal modo.

Além do futebol precário e de um público pífio cujo se configurou como nada além de 20 mil pagantes, vimos duas equipes com muita rispidez e pouca genialidade. No entanto, a violência imposta pelas duas equipes teve importância relativa diante de um regulamento abjeto, e de um calendário extremamente estulto. Especificidades que contribuem para o padecimento futebolístico.

E pensar que na década de 40, bem como 50 e 60, o nosso campeonato carioca valia mais que ouro, era visto por muitos como o verdadeiro avultado cabedal. O que diriam os mestres João Saldanha e Nelson Rodrigues? Talvez o que o anterior Maracanã tentou dizer. Nada além de um esplendoroso silêncio.

Palco e Platéia



O cintilante programa palco e platéia do magno Canal Brasil, perdera neste sábado o seu opulente apresentador, nada além de José Wilker. O ator deixa o palco da vida, rumo à platéia da eternidade. E como bem de instantes, sou adepto do comportamento contrário da grande mídia. De nada adianta enaltecermos a morte, e esquecermos a importância da vida. O que importa não é a causa da primeira, mas sim, a causa da segunda.

Ao ler Brecht, de algum modo recordamos Wilker. Artaud, Thomas Bernhard, e por quê não Shakespeare? José Wilker é a compilação de todos os mestres do teatro, aos olhos do espetáculo brasileiro. O mesmo deixa antes de tudo, uma obra repleta de grandeza em erros, e perdas em acertos. O teatro no sábado perdeu sua essência, mas ganhou luz em algum outro palco.

Daniel Muzitano

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