terça-feira, 22 de abril de 2014

O ato aos 23



Breve gente seja dúvida. As religiões, assim como a luz, necessitam da escuridão para brilhar. É dessa forma que elaboramos nosso prefácio. Arthur Schopenhauer e nada mais.

A vida aos 23

A vida deve ser vista como um prisma, portanto, algo limitado que no mesmo instante complexo. Uma unidade que varia em forma e tamanho, e que não pode, mas sim deve; ser trabalhado com a perspectiva de refletirem raios luminosos. A vida deve ser vista como ela é, ou seja, de modo que Nelson Rodrigues assine embaixo.

Estou com 23 anos e a busca de nada. Ontem refleti sobre a década de Maiakóvski: "A poesia é uma forma de produção. Dificílima, complexíssima, porém produção". Um personagem trágico é uma esfinge ou um escárnio? Como vender livros se o custo é altíssimo? Como viver sem escrever? Morrer várias vezes em uma só vida? Tudo é possível? Talvez aos 23 anos.

Ai batizam Gabriel García Márques como o homem em aversão para com a ditadura. Ó mídia parva, de tronono parva. Um homem que lutou contra os 21 anos de ditadura aqui, mas que ovacionou mais de 50 em Cuba. Faz sentido? Como já disse em um texto: Já foi tarde. É outro Paulo Coelho em dislexia.

O ato solitário

Ser humano é ser delírio. Como trabalhar estando só em meio a multidão? Estudar é procurar o recôndito dos fascínios. É desvendar o mundo, é enaltecer a vida. Escrever é algo rico, contudo, um ruído que parece lhe empobrecer. Um sussurro que empalidece de forma amiúde a essência da dor por não conseguir realizar os parágrafos das ruas em sua própria escrita. "A multidão é o ponto de encontro dos mais fracos; a verdadeira criação é um ato solitário." Eu sou um Bukowski, escrevo a luz em meio a cortina da dor. 

Ortega y Gasset para fechar a pauta trágica de hoje:


Daniel Muzitano

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