quinta-feira, 6 de março de 2014

O atraso


Breve gente seja dúvida. A gente sabe que Artaud estava em absoluto, um tanto quanto coroado ao correto quando frisa: "Porque não é o homem, mas o mundo que se tornou um anormal". Que prefácio.

Dica da semana

A Tv Cultura mais uma vez concebe um material inverossímil sobre a história do samba no Brasil, tendo como ênfase nada mais que Noel Rosa. A série "Histórias e sons de uma época", está esboçada com vários episódios. O projeto foi formulado por Maria Luiza Kfouri. Acompanhe o link abaixo e confira:

http://culturabrasil.cmais.com.br/especiais/noel-rosa-100-anos/as-historias-e-os-sons-de-uma-epoca

Seleção brasileira

O alemão Nietzsche disse certa vez que a verdade era um ponto de vista. Apesar de ter ressaltado sobre outra esfera contextual, talvez a frase se aplique para com o âmbito natural futebolístico. Nesta última quarta feira, todas as seleções que estarão na copa realizaram o último amistoso antes de suas respectivas estreias.

O ponto que julgo culminante, é o fato de como o futebol brasileiro está demasiadamente atrasado se levarmos em conta as outras campeãs mundiais. Não digo que o Brasil não tem chance de obter o seu sexto título mundial, porque ainda que esteja delongado sobre inúmeros aspectos, no papel, ainda estamos à frente da grande maioria individualmente falando.

Ao longo dos anos, a seleção brasileira além de não ter aquele camisa 10 clássico; hoje bastante raro também nas demais seleções, não possui o que quase todas as outras possuem, portanto, um camisa 5 inteligente, o dito volante que enriquece as almas do time com passes impecáveis e uma visão digna de sabedoria. Um jogador como o Pirlo da Itália, como Iniesta e Xavi da Espanhã, como Lampard e Gerrard da Inglaterra, como Schweinsteiger da Alemanha, dentre outros.

O professor Felipão insiste que precisamos de um camisa 9, ao invés de um 5 com o auxílio de um ataque que sobe marcando. Não somos nada mais que o reflexo de como comandamos o nosso futebol, com características infames. Trabalhos de base extremamente medicantes, estádios em situações precárias, corrupção, más condições aos jogadores, calendários abjetos e por ai vai. 

Mas claro, como sempre, estamos dependendo de um brilho individual do Neymar, do Fred, do Daniel Alves. Insistimos na não formação de um time, mas sim, no portento de um camisa 9 cada vez mais extinto na realidade dos palcos verdes. Em 2002 já tinha sido assim, apesar da conquista. Tivemos atuações fantásticas de Ronaldo e Rivaldo, e também não tínhamos o tal camisa cinco. Doze anos se passaram, e ainda estamos aqui, no mesmo lugar. Ganhar não necessariamente significa evoluir. A vitória ou a derrota se enquadram em preponderância relativa, o que importa é você sair de campo como um vencedor que namora sua própria alma. E não estamos fazendo isso há séculos, somos obtusos taticamente, pois não temos o mínimo de maturidade semântica, contudo, como bem lembrado por Nietzsche, a verdade é só um ponto de vista.

Daniel Muzitano

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