Breve gente seja dúvida. A gente sabe, como bem Pascal sabe, que o coração tem razões que a própria razão não reconhece. Blaise Pascal de prólogo, que maravilha de citação. Confesso que nunca gostei muito de Pascal, mas tal citação fomenta as esfinges da alma.
A meta de todo espírito excepcional é, em suma, não ter meta, ou seja, expandir o conhecimento. Estava a ver certa vez, o benigno programa da Tv cultura, café filosófico. Foucault era a configuração para um suposto tema, e tal que por sua vez, era baseado na dificuldade que temos em lidar, ou melhor, acentuar a expansão do conhecimento.
Para com essa infeliz veras, Foucault denota o seguinte pensamento almejando dar fim a disritmia presente, no que prima a meta da vastidão do conhecimento: "A dominação e o poder tem origens de uma teia complexa que envolvem a educação, instituições, prisões, hospitais psiquiátricos e até a sexualidade; que também pode limitar a liberdade humana. As luzes que descobriram as liberdades, inventaram também as disciplinas", Foucault.
Penso que expandir o conhecimento talvez seja voar, e entendo que o voo é um desenho de desatino que prolonga o abismo, afim de descobrir a claridade infinita que há em cada um de nós. O Nietzsche recitava essa coisa, afinal, quem gosta do abismo tem que saber voar, já dizia o mesmo.
Se estabelecermos um elo entre Foucault e Winnicott, seria de notório robusto contemplar as ações interpretativas da inteligência. O primeiro implorava: "Não me pergunte quem sou, e não me diga para ser o mesmo". De certa forma ele é o andar do Saramago: "Somos uma coisa sem nome". Sem identidade, há exacerbamento. Já o segundo, Winnicott, relatava que a mente está por aí. De certa forma, não prendendo-a, somos uma linha em reticência de criação poética.
Mas ai alguém pode vociferar em aversão a loucura. Como poderíamos expandir? Só sendo louco, e sendo louco não teríamos nem ciência, tampouco presciência da evolução do eu maior. Exatamente. E para formular a consecução, Winnicott: "Seria uma pobreza se fôssemos só sã, a loucura como campo preventivo, é fundamental para criar vida. Sem isso não tem vida, só a repetição do mesmo".
Daniel Muzitano