De há muito, pois bem, pesquisas apontam que o brasileiro em princípio não é uma sumidade, muito pelo contrário, para com o hábito de ler livros. O porquê do evento seria de fato um bom exórdio para questionarmos nossa leitura. Além de não termos a constante para com a análise de obras, de encontro, podemos frisar também que não há lógica rumarmos para eventos assim.
É de conhecimento de alguns que eu, por exemplo, tenho como cotidiano a audácia de ler 2 ou 3 livros se considerarmos o período de um ano. Será que faz sentido ir até um local que é distante- e não só para comigo - pagar a entrada, as passagens, algo para comer; levando em conta que o local é isolado e você terá que comprar algo lá; e finalmente, sim, comprar um ou dois livros? Se o objetivo é apenas adquirir um livro, não faria mais sentido e sairia muito mais barato uma ida ao shopping, e por corolário, até uma livraria? O livro é um adorno, é uma espécie de homizio, um motivo para nos tergiversarmos perante nossa falta de cultura.
A Bienal é um desfile, um passeio, uma oportunidade de reunir os amigos: é tudo menos a apreciação por um bom livro. Enquanto não assumirmos o problema não estaremos aptos para com o enriquecimento presente num estupendo Machado de Assis, num formidável Nelson Rodrigues ou num benigno Nietzsche. Nós somos ridículos, pobres e imaturos. Em suma, somos uma fétida Bienal do livro. É isso.
Daniel Muzitano
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