quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Uma arbitragem empedernida


À medida em que o tempo se consome enquanto vida, eis que me deparo com termos novos, sobretudo, com uma opulência no que prima meu vocabulário obviamente. Ontem tive a oportunidade de deslindar um termo que até então não fazia parte de meu dicionário particular. Logo, a palavra "Empedernido".

O vocábulo em questão tem como sinônimo a crueldade, o desumano. Palavra que talvez faça jus, e que seja por sua vez a acepção do que houvera na partida entre o Rubro-negro carioca e a equipe do Coritiba. Tudo transitava bem. Portanto, sem influência alguma da arbitragem comandada pelo então Wagner Reway. Mas, de repente não mais que de repente, eis que aflora o lance.

O Flamengo ganhava de forma justa por 1 x 0. Até que o demasiado estrambólico se faz. João Paulo cruza da esquerda e a bola bate no braço de Noberto de modo completamente involuntário. Não era preciso ser nenhum gênio para concluir que não houve absolutamente nada. Mas o árbitro marcou o improvável. Logo tão, a penalidade. Marcação que foi crucial no resultado, e de suma importância psicológica se levarmos em consideração os jogadores do Coritiba. Fora algo extremamente empedernido.

O preâmbulo do terceiro gol creio que não há tanta clareza assim de parte a parte. Todavia, é também no mínimo discutível. Eu como bom flamenguista repudio qualquer tipo de comemoração por parte de minha torcida. A entidade Flamengo possui uma história linda, e que portanto não precisa desse tipo de apelação para obter um resultado favorável. Ah, mas o que o Flamengo pode fazer diante da situação? Primeiramente parabenizar o Coritiba por ter sido um adversário complicado. Em segundo lugar, deixar claro para todos que houve sim um erro patético do árbitro. E, juntamente com o Coritiba, pedir punição a fim de que o futebol não mais comporte a injustiça como fator emblemático para o espetáculo em questão. Ai sim, nós flamenguistas poderemos formular algum tipo de celebração caso isso de fato ocorra.

E lógico que ouvirei de muitos: "Ah, você não é flamenguista". Sou sim, e ser flamenguista não significa não querer o bem do futebol brasileiro. E se a indulgência, o aspecto benigno do futebol teve como aversão uma arbitragem que beneficiou o meu time prejudicando outro, paciência. Cabe a mim criticar sim. Se escrevo contra a corrupção da Dilma e da CBF, contra a falta de clareza da candidata Marina Silva, e contra tudo que segundo minha índole não diz respeito para com uma educação fundamental. Irei sim vituperar, doa a quem doer. Afinal de contas, já dizia Milan Kundera: "Escrever para o poeta é romper a barreira de algo que sempre esteve lá". É isso.    

Daniel Muzitano

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