terça-feira, 16 de setembro de 2014
Eu não sou macaco. E o Thuram, também não.
Neste país quando uma torcedora chama um goleiro de macaco. A mesma é demitida, tem a casa aniquilada e não pode mais se relacionar socialmente. Em suma, padece mais que o goleiro cuja a mesma xingou. Isso tudo devido a uma exacerbada pressão por parte do povo.
Agora, quando uma presidente candidata à reeleição está envolvida com mensalão, escândalos da Petrobras, Foro de São Paulo e tantos outros episódios deploráveis. Pasmem, a mesma lidera as pesquisas. No episódio que envolveu a torcedora gremista, o único que deve ir à frente da questão é o goleiro Aranha juntamente com a justiça.
E mais, não é criando alvoroço que se acaba com o racismo. Tampouco, com campanhas imbecis de um jogador parvo que pede ao povo que segure uma banana e diga que é macaco. Obviamente, me refiro ao patético Neymar que me arrisco a dizer que em termos de burrice, trata-se de um campeão mundial.
Em contrapartida, gostaria de citar aqui um exemplo ímpar nesse particular. Logo tão, me refiro ao ex-jogador campeão da Euro e do mundo pela França. Portanto, Lilian Thuram. O ex-zagueiro ao invés de ressaltar sobre o racismo e criar mais racistas, propõe uma mudança na educação. Segundo o mesmo, é extremamente crucial apresentarmos nas escolas a cultura negra, e não tão somente o período da escravidão. Thuram é autor de livros sobre o tema, e atualmente visa colocar em prática seu modelo na ideologia educacional da França.
Campeão dentro e fora de campo, Thuram sim merece ser levado a sério. Afinal, diferentemente de outros, o craque pede uma reestrutura na cultura educacional, e não que uma população perca sua energia com uma proposta que não resultará em absolutamente nada. Thuram me deixa orgulhoso em saber que torci para um jogador, sobretudo em 98, 2002 e 2006. E não para um palhaço que pede para que eu tire foto segurando uma banana. A meu ver, o povo brasileiro é um Neymar- Dilmático. Ou por ventura, uma Dilma-Neymática. Ou seja, um relógio que se atrasa como diria o francês Charles Baudelaire. É isso. Povo estúpido.
Daniel Muzitano
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