terça-feira, 22 de julho de 2014

O Flamengo de Dostoiévski


Fiódor servia no intuito de parafrasear alguns temas que não o futebol. Contudo, o escritor por ventura seja um marco, quiçá uma peça de teatro se transportado para com o âmbito futebolístico. O Flamengo hoje não só ocupa a última posição do campeonato brasileiro. Assim como as principais pautas do jornalismo esportivo como um todo.

E como em todo clube de grande expressão, sobretudo no rubro negro da Gávea. Há sempre um exagero tanto quando se ganha, como quando se perde. É notório sim os erros tamanhos da atual direção no que se concerne para com contratações e demissões. Hoje o nome do erro é André Santos. Nomenclatura que não vem desempenhando um bom papel. Mas que apesar disso, era o melhor lateral esquerdo que tínhamos se levarmos em conta o João Paulo. Será que o André Santos é um jogador tão ruim assim, ou a comissão técnica pecou nestes meses de intenso treinamento cujo havia mundial, e que por sua vez o tal Ney Franco não gerou um padrão tático para com a equipe? Sobre a violência que o lateral esquerdo sofreu? "Todo tipo de violência só retarda a reforma". A frase trata-se de uma bela leitura do escritor citado no primeiro parágrafo.

Apesar de todas as decisões claudicadas, essa direção mesmo com todos os absurdos, tenta corrigir equívocos maiores deixados por gestões anteriores aos quais o clube sempre cometera. Primeiramente quitar as dívidas. Em segundo plano deixar de bancar os torcedores das organizadas.

Tanto um como outro aspecto fica de todo nítido se compararmos situações tão aberrantes quanto essa dentro de campo, e que por sua vez as torcidas davam suporte ao time apenas pelo fato de terem sido financiadas no particular de gestões anteriores. Como suspeito que as antigas ainda os financiam. Afinal, as organizadas ainda viajam, vão para aeroportos e etc. Épocas bem mais nefastas foram as de Edmundo Santos Silva, Helinho, Márcio Braga, Patrícia Amorim e por ai vai.

Temos uma diretoria que pouco conhece de futebol. No entanto, exerce sim excelências no contexto administrativo. E o corolário de péssimas gestões, e a herança maldita a qual os atuais dirigentes assumiram. Podem sim culminar no primeiro rebaixamento do clube. Dostoiévski juntamente com o seu teatro ao qual inventei diria que há uma necessidade de ver o abismo para conhecer o seu profundo, e com isso, poder seguir até o topo.

Não sou adepto do rebaixamento do clube para o qual torço. Entretanto, sou sim a favor de torcer para uma equipe que preze seus compromissos. E que seja um dia exemplo tanto de estrutura, como de base e maturidade tática. Os torcedores imbecis quebram, ameaçam jogadores, e não conseguem entender o que se passa ,tampouco o que se passou num todo. Quando a névoa sobe, tudo pode desaparecer. Inclusive os acertos. Em mais uma oportunidade, Fiódor Dostoiévski. 

Seu tempo literário não foi o do futebol. Mas se muitos o ouvissem, talvez não estaríamos amargurando a lanterna do principal campeonato do país. Cabe ao Flamengo ler os demônios de São Petersburgo. No lugar de André Santos e do passado negro do clube. Que possamos contratar Dostoiévski. E creio que o seu livro deva ser bem mais barato que um mês de contrato de qualquer atleta. A saída mais louvável? Dostoiévski. 

Daniel Muzitano

3 comentários: