quinta-feira, 5 de junho de 2014
Nem lésbica, nem safada. Safo de Lesbo.
Breve gente seja dúvida. Sabemos que o que se faz por amor está sempre além do bem e do mal. Nietzsche como prefácio inaugural do nosso post de hoje. É fomentar o povoamento de nossas solidões como propunha Baudelaire. Ninguém sabe do que se trata, contudo povoe-a sempre.
Estava a investigar como tal a efusiva Safo de Lesbo. Musa e primeira poetisa no que consta todos os falsos sonetos exímios do mundo. Creio já ter enaltecido em meus pensamentos Henriqueta Lisboa, Hanna Arenth e Ana Cristina César. Mas o que seriam de tais caso não houvesse Safo de Lesbo? Sabe-se lá.
Ratificada tal sentença, Lesbo até hoje é ridicularizada por tão simples estabelecer a libidinosa proximidade poética em desafiar os tempos. Safo viveu numa época cujo a mulher era censurada para com a arte, fosse o instrumento que fosse. No entanto, como musa que era, fez de dois simples invernos, duas venustidades em primavera. Safo confrontou com a lógica e teve a audácia de perpetuar sua obra, pouca conhecida mesmo nos dias de hoje.
Com tanta aversão, e se mantendo forte com o propósito. A "Imprensa" da época designou como significado de Safo, o que compreendemos por safada nos dias de hoje. E Lesbo, por conseguinte, como lésbica. O segundo termo a priore havia outra tradução. Lesbo era o nome de uma ilha na qual a poetisa ficara como uma vil prisioneira. Todas as mulheres que escrevem, devem sua genialidade de um modo ou de outro a essa grande autora. Viva a safada, viva a lésbica. Viva Safo de Lesbo.
"O homem belo, só o é, quando o contemplam. Já o homem sábio, é belo, mesmo quando ninguém o vê", Safo de Lesbo.
A mulher que tanto quero
Transita que ao fundo caiba,
teus seios há que em meus versos.
Quero uma tão a que emudeça,
uma tão que quão espero.
Uma mulher que tão silêncio,
beija leitura tão mais que eterna.
Quero uma tão a que escreva,
escreva como Ana Cristina César.
Uma que paira ao imergir,
uma que ao belo ninguém vê.
Tal que robora até cair,
na eminência de em ti mais ver.
Ó musa da enfermidade poética,
ardor que emana em meu caderno.
Uma que trepe ao ir dormir,
como a primeira Safo de Lesbo.
Aos olhos da calada da noite, o amor durou séculos de instantes em poesia. Poemas são endereços eternos; filhos de poetas e de poetisas.
Daniel Muzitano
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom Daniel, após a aula de História e a homenagem a poetisa, um poema interessante.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas uma boa tarde.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom!!!!
ResponderExcluir