segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sem ou cem



Breve gente seja dúvida. Seja na virada cultural, seja numa aurora qualquer, as consideradas "Manifestações" só tendem a continuar. Para quem não tem ciência do que se trata, a tida virada cultural foi um projeto iniciado por José Serra em 2005, e que tinha por sua vez como principal objetivo promover 24 horas de atividades culturais nos mais diversos pontos do Brasil.

Este fim de semana ocorreu a segunda virada cultural com o PT à frente do projeto, dentre os dados,18 arrastões, 13 mil abordagens feitas e cerca de 4 mortes. Os petistas investiram 13% a mais se comparado com o evento anterior, ou seja, estima-se cerca de 13 milhões aos cofres públicos em sua totalidade. O adendo é que o número de palcos e equipamentos foi reduzido apesar do custo ter sido maior. Aonde está a diferença?

Bom, advindo desse aglomerado, tenho notado o mau uso metafórico do termo revolução. A palavra é de semblante veemente e tem para alguns o soneto emblemático de Che Guevara, o tal herói da "Justiça social"; aquele que por sua vez matava, torturava e esquartejava seus inimigos em nome do "Bem maior do mundo". Já elaborei a pauta de que os fins não justificam os meios, mas sim, os meios qualificam os fins. Ernesto inseria como finalidade a justiça e a liberdade, no entanto visava obter êxito através das práticas já citadas.

Retrocedendo ao termo revolução, raciocinemos; para alguns significa destruir, para outros talvez inventar, para tantos talvez se traduza como o ápice do saber, para a grande maioria por ventura a palavra incorpore destruir como ponto semântico de solucionar. Qualquer aversão a um fim considerado justo, tem como resposta hoje o deteriorar. Esquerdistas quando quebram são revolucionários, direitistas quando dilaceram são ditadores. Os rebeldes da chapa branca não conseguem assimilar que a quão revolução tem o simples significado de construir.

Ao nos igualar, o governo destrói o questionamento, a criação, e em essência, as aptidões individuais. O mesmo serve para os adeptos ou não do governo, afinal, todos são esquerdistas. Portanto, ao invés de construírem, destroem. E depreendo que somos túrbidos quanto ao ato de revolucionar devido o porquê de que a verdade é apenas um ponto de vista segundo o brilhante Nietzsche. Equiparar o sistema educacional com os demais, principalmente no que tange o penitenciário, é algo de suma sordidez. Os anjos revolucionários da esquerda são idealistas, logo tão, se destruirmos o seu céu, eles constroem o seu próprio inferno. É a velha ideologia do sem ou cem, algo de faculdade tão magna que mediante a propaganda podemos construir cem vezes mais sem ter feito absolutamente nada. É isso.

Daniel Muzitano

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