De prólogo, nalgum tempo não mais haverá o mundo politicamente escorreito, cuja hipocrisia é tratada como a essência da excrescência. Deste modo, a palavra de hoje - originária do grego - trata com vitupério essa conjuntura imbecil, e, logo, vinda da e à esquerda. Oriundo de kakophonía, o termo resulta da soma de kakós (feio/desagradável) e phonía (som). Em suma, som feio e/ou desagradável, embora alguns prefiram dizer que seria a quebra de um bom som.
A entender, citá-lo-ei exemplos de modo que fique nítido o que é a então cacofonia. Não importando o autor e o ano, certa vez soube de um advogado que disse a um juiz: "O senhor havia dado outro documento". Notem! A expressão "havia dado" pode soar como um sinônimo de afeminado ou algo típico de quem é veado. Por conseguinte, "tinha dado" e "havia concebido" seriam meios de dilacerar o som desagradável, isto é, cacofônico.
Por falar em "por conseguinte", tal uso também transmite um som esquisito, dado que alguns ouvem "porco seguinte". Ademais, em nosso próprio hino há um exemplo de cacofonia. Destarte, "De um povo heroico o brado retumbante", ou seja, "herói cobrado". Por fim, presto minha homenagem a feministas de toda sorte com uma disputa pequena, claro, "diz putinha", bem como com o verbo computar no futuro do pretérito: Eu "computaria", pois muitos pensam sob outra ótica. Dependesse tão-somente da esquerda, a cacofonia seria um mal a ser abolido, uma espécie de crime inafiançável. A vocês, muita cacofonia. É isso.
Daniel Muzitano
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