quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cacofonia, o último elemento politicamente incorreto

De prólogo, nalgum tempo não mais haverá o mundo politicamente escorreito, cuja hipocrisia é tratada como a essência da excrescência. Deste modo, a palavra de hoje - originária do grego - trata com vitupério essa conjuntura imbecil, e, logo, vinda da e à esquerda. Oriundo de kakophonía, o termo resulta da soma de kakós (feio/desagradável) e phonía (som). Em suma, som feio e/ou desagradável, embora alguns prefiram dizer que seria a quebra de um bom som.
A entender, citá-lo-ei exemplos de modo que fique nítido o que é a então cacofonia. Não importando o autor e o ano, certa vez soube de um advogado que disse a um juiz: "O senhor havia dado outro documento". Notem! A expressão "havia dado" pode soar como um sinônimo de afeminado ou algo típico de quem é veado. Por conseguinte, "tinha dado" e "havia concebido" seriam meios de dilacerar o som desagradável, isto é, cacofônico.
Por falar em "por conseguinte", tal uso também transmite um som esquisito, dado que alguns ouvem "porco seguinte". Ademais, em nosso próprio hino há um exemplo de cacofonia. Destarte, "De um povo heroico o brado retumbante", ou seja, "herói cobrado". Por fim, presto minha homenagem a feministas de toda sorte com uma disputa pequena, claro, "diz putinha", bem como com o verbo computar no futuro do pretérito: Eu "computaria", pois muitos pensam sob outra ótica. Dependesse tão-somente da esquerda, a cacofonia seria um mal a ser abolido, uma espécie de crime inafiançável. A vocês, muita cacofonia. É isso.

Daniel Muzitano

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Os coronéis (MAIS UMA PORRADA EM CHICO, GIL E CAETANO)

Vivo fosse Nelson Rodrigues, as "lágrimas de esguicho" - sua exímia expressão - seriam justificadas, bem como possuiriam um sentido antológico; sobretudo perante a ditadura musical pela qual vivemos. Conquanto seja mais do que necessária a reflexão, exaurido de retumbar o assunto nitidamente estou acerca. A entender, procurá-lo-ei ser claro e sucinto, uma vez que de início afirmo que Chico, Gil e Caetano são os três maiores filhos da puta de nossa história cultural, ou melhor, anticultural.
Dito isso, Antenor Nascentes explica que o vocábulo coronel, a ver, advém de "coluna", dado que era o título para quem comandava uma coluna do exército. Para tanto, a origem latina columna tem como um diminutivo colunelo; fonética, claro, muito similar à de "coronel". Em síntese, coronel era quem mandava em uma coluna inteira. Como fora citada em tantas ocasiões, a ditadura em questão tem início lá na semana de 22, seguida fidedignamente pela Tropicália. Assim sendo, movimentos tais pretendiam tão-somente a uniformização de pensamento.
Ademais, os prezados coronéis construíram a máfia do dendê. Em suma, uma perseguição veemente àqueles jornalistas que ousavam promulgar críticas para com os citados. Ao fato, somados são o ingresso de Gil ao ministério da Cultura, a mulher do Caetano ser dona do mainstream cultural (sob a lógica da Lei Rouanet) e a continuação de toda a lama de horror com vitórias seguidas do PT. Sigamos a decodificar a relação coluna-coronel.
Por consequências deveras, jornalistas caudatários em relação ao esquema, novos "músicos" reféns da quadrilha (com o intuito do sucesso), uma juventude absolutamente palúrdia; tratando os três imbecis como deuses escorreitos etc. Como óbvio ululante - outra expressão rodriguiana -, músicos de diferentes gêneros, atores e políticos, sim, amiúde visitam os três coronéis; principalmente na casa "comunista" de Caetano, vírgula, em Copacabana. Não à toa, nem um artista sequer que fez sucesso, levem em conta os últimos 15 anos, pasmem, moveu um verbo contrário aos mencionados. Não obstante toda a história, surgem ainda idiotas querendo me convencer de que há uma "importância" positiva nos três merdas, a título de condenados por este que vos grita. A seus defensores, com o perdão do palavrão: vão tomar no cu. É isso.

Daniel Muzitano

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O povo e as eumênides

No minueto político, o nosso povo esquálido segue pari passu. A saber, povo é palavra advinda do latim populus; termo, portanto, indicando "multidão". Estive por ontem ocupando parte de meu tempo a entender o porquê de a população ser, digamos, tão abjeta em seu QI. Dado o fato, notei que uma piada pobre - ainda que feita por alguém sério - sempre vencerá opiniões acerca de assuntos de responsabilidade maior. Para tanto, eu mesmo me coloquei como exemplo, uma vez que fiz vídeos relativamente engraçados que alcançaram mais da metade de minha rede social. Em contrapartida, textos como esse não possuem mais do que 3 ou 4 espectadores.
Por essa, compreendo o escorreito pensamento de Nelson Rodrigues: "O povo é um débil mental. Digo isso sem nenhuma crueldade. Foi sempre assim e assim será, eternamente". Embora assim seja, lembrei das eumênides, pois Lula virou réu pela sexta vez. Segundo Rocha Pombo, para eumênides os gregos chamavam certas divindades subalternas encarregadas de atormentar a consciência de culpados, por exemplo, como Lula. Vindo do grego, o vocábulo deriva de eumenis; expressão, então, com as somas de eu- (bom/bem) e menis. Para menis, talvez signifique menor. Aliás, pensei muito em trazer a discussão à tona. Entretanto, a piada vencerá; as eumênides da mitologia grega, não. Lula segue solto. Temer segue presidente. E o povo segue com piadas. Logo, a culpa é da multidão. É isso.

Daniel Muzitano