terça-feira, 22 de março de 2016

A culpa é da Literatura

Um elastério texto do brilhante Nelson Rodrigues; eis aí o motivo descomunal que estimulou a minha vontade de desafiar um papel em branco neste agora. Muitos podem não acreditar, mas a literatura nacional comporta uma influência crucial acerca de conceitos sujos dos mais variados temas. Visto por muitas mulheres como assédio, o elogio em forma de cantada talvez possua tamanho repúdio por conta do Arcadismo. A escola literária em questão era baseada na vida amena, na natureza, na ausência de emoção e no respeito. Ah, mas isso é bom, certo? Ou ao menos considerável? 

À época, vida amena, natureza e respeito tinham por definição não entrar em contato cultural e sexual com o outro. Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antonio Gonzaga, principais autores dessa escola, frisavam respeitar suas musas escrevendo poesias sem o contato de um gesto sequer. Em suma, liberdade tinha por definição a submissão do seu próprio mundo. Essa prática assistimos de há muito no comunismo. De um modo geral, a esquerda aclama pelo livre, pelo novo. Contudo, é a favor do Estado enorme, é contrária ao luxo e apoia os regimes que mais nivelam por baixo usufruindo a palavra liberdade.

A partir daí, com exceção de Castro Alves e sua terceira geração, o Romantismo segue esse curso acrescentando o sentimentalismo, o sonho e o indianismo. Para fins políticos, o medo como sentimento mais intrínseco, o sonho por um mundo melhor, e, em especial, alguém como o herói pois criamos uma sociedade com medo. Àquela era, o índio como símbolo desse heroísmo burro. A presença dessas especificidades como estímulo para com a formação de um povo de esquerda é tamanha, pois bem, de modo a salientarmos que parte da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, serviu de base para a formulação de nosso hino nacional. E isso para fazer menção tão somente com a primeira geração.

A segunda, liderada por Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, fomentava a morte, a infância triste, o sofrimento, o tédio, a orgia(apenas relação homem e mulher) e a dúvida advinda dos termos anteriores. Será que isso explicaria o fato de uma nação agir por emoção, não ter valor, e, sobretudo, não conseguir elaborar uma gota de coragem? Não seriam consequências da nossa cultura? O Parnasianismo é apontado por muitos professores como a verdadeira cultura quando na verdade reforça toda essa inocuidade galopante aqui apresentada.

De imediato, confesso que pulei o Naturalismo e o Impressionismo de modo proposital para acentuar a onda do homossexualismo como método cultural e educacional. Aluísio de Azevedo, pai da bandeira lesbiana na literatura brasileira, e, não menos estulto, Raul Pompéia, pai da orgia entre homens, são os fundadores dessas escolas. Daí nasceu a cartilha gay, por exemplo. Idolatramos tanto essa estupidez como traço artístico que a primeira rua de Ipanema - bairro cuja concentração de gays é enorme - leva o nome do segundo mencionado. 

E ao fim, depois de tudo isso nos deparamos com o simbolismo e o folclore dos pré-modernos; movimentos que queriam ser hodiernos tendo como essência as doutrinas execráveis já citadas. E os últimos "gênios", os modernistas, eram compostos por três grupos de esquerda. Entretanto, não citarei um pois fica refém da faculdade poética. É nítido que ao imergirmos com questionamento os "inteligentes" da geração de 30, entendemos porque até a nossa música no geral é fétida. Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, José Américo e José Lins do Rego: todos comunistas de carteirinha. Não vou vomitar, e sim prosseguir com a turma modernista de 45: Gullar, João Cabral, Guimarães Rosa e Lispector. 

Sabe o que achamos que é novo e sempre foi velho? A direita é minoria desde o primeiro nascer. Podemos salvar Nelson, Machado de Assis, Gregório de Matos, Castro Alves e, acho que acabou a lista. Toda a nossa imbecilidade é um conceito cultural travestido de ingenuidade. Por todo esse imbróglio, daí perfaz nossa cegueira como uniformização de pensamento. Pelo menos em verde e amarelo, é o fim dos tempos.

Daniel Muzitano

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