Ultimamente, respeitando e concebendo primazia aos meus ouvidos, estou por escutar e esquadrinhar o fulgor da música francesa, mormente viva nas vozes irreprocháveis de Aznavour, Dalida, Joe Dassin, Édith Piaf, dentre outros de essência escorreita. E, vis-à-vis tais traços culturais, notei que o idioma francês está, por assim dizer, coadunado sobremodo com a etimologia.
Antes de chegar à essência do assunto, há uma miríade de palavras com procedência francesa, e, para fins de curiosidade, citá-lo-emos algumas, como, exempli gratia, garçom, vôlei, balé, boate, abajur, réveillon, couvert, champanhe, bufê, champignon, fetiche e por aí vai. O galicismo é infindável.
Feitas as aspas, chamou-me atenção o que o francês esteve por fazer com a origem do termo estilo. Robustecendo o assunto, estilo deriva do latim stilu, ou seja, ponteiro de ferro com o qual os antigos gregos e romanos escreviam sobre tabuinhas enceradas. In limine litis, pela ação de redigir, ter estilo designava a forma como você escrevia nessas tabuinhas. Por esse porquê, caneta em francês é stylo. E estilo, style. O idioma francês, com sua genialidade, apropinquou-se da etimologia, mantendo a relação dessas expressões, e, claro, suas respectivas raízes. Belo estilo!
Daniel Muzitano
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