sábado, 26 de outubro de 2019

O fulcro político do brasileiro


In limine litis, mais precisamente de uma revisão feita ontem, estive a pensar por que razão, enquanto especificidades políticas, o brasileiro está atrelado à fofoca e ao fanatismo em produção de análises atinentes à pauta em questão. Assim, encontrei na novela e no futebol respostas não só consentâneas, bem como esclarecedoras.
Independentemente do assunto em votação, o cidadão primeiro visa à ofensa, de maneira que o debate sobre determinado assunto, esse fica menoscabado para segundo plano. Pari passu, ao assistir a uma novela, a respectiva cidadã, no meu mundo homem não assiste a isso, não torce para um personagem ir bem, mas sim para outro ir mal. Para tanto, são enfatizados, para com o indesejado, tão-somente os pontos negativos, e nunca certas habilidades do opositor.
Coadunado a isso, o time de um cidadão, ainda que beneficiado pela arbitragem, precisa ganhar de qualquer jeito. E é nisso aí que podemos entender as seitas pró-Lula ou pró-Bolsonaro. Grosso modo, embora tenha eu elevada aversão ao PT, sou inteligente para perceber no Lula, maior bandido da história, seu poder carismático e sua esperteza na arte de convencer. O senhor Freixo, por exemplo, conquanto tenha sempre críticas de minha parte, é articulado e tem potencial para crescer, pois convence muito jovem de cabelo verde.
Em outras palavras, ter uma bandeira política é algo necessário, mas isso não pode fazer do cidadão, quer pela influência da novela, quer pela influência do futebol, alguém inábil para analisar os pontos fortes do inimigo, tal como os pontos fracos e/ou críticas do aliado. A bem da lógica, Aras e Flávio são minhas críticas ao atual presidente, por exemplo. Por fim, a cegueira burra cria estorvos para a consolidação de uma base que faça frente a uma esquerda organizada, ainda que bem estulta e demasiado infantil.

Daniel Muzitano

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O nivelamento do contrassenso

De modo a explicar a carência de certos predicados atinentes à minha geração, e no interstício de um exercício, bem pensei com' seria oportuno trabalhar a palavra suarabácti, pois a burrice neste país é um elemento indelével. De súbito, confesso por agora que havia desistido, de maneira que cheguei à conclusão de que seria um tanto incompreendido. Entretanto, como escrever é algo prazeroso, pouco importa quem irá depreender ou não. Aliás, há certo orgulho em não ser decifrado no nosso odioso lábaro.
Data venia, o termo é processo outro decorrente do sânscrito svarabhakti, id est, separação por meio de vogal. Trata-se de uma vogal intercalar que desune consoantes, exempli gratia, como em porão, de prão. Para fins comparativos, as meninas vegano-funkeiras, a cantarolar músicas dos coronéis da MPB, retratam bem isso, uma vez que formam uma só linha, a saber, dissociando consoantes, ou seja, fatores harmoniosos intelectualmente. O ponto-chave é que consoante é adição de con- (junto) com soante, de som.
Em suma, a experiência está atrelada aos fatos. Dada a ideia, o suarabácti é um processo que ignora ou rejeita essa combinação. Assim dito, mesmo com o comunismo sendo o regime que mais matou no planeta, há quem ainda o siga por demasiada estupidez. Ainda que o funk seja trilha sonora do tráfico, da gravidez precoce e do analfabetismo em todas as vertentes, há quem o escute. Agora, é a vez do veganismo, rotundo e de uma necedade inelutável, diga-se, como vários rostos de minha infantil geração. Ficou sem entender? Estude!

Daniel Muzitano

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Um chiste feérico

Dados os tempos atuais e as poucas vicissitudes intelectuais, bem sei que não é época para um título desta têmpera, porém, quem escreve para muitos, levando em conta o Brasil, está fadado ao ridículo ululante. Sob esse prisma, afiro um ponto outro que neste então a mim foi feito, scilicet, o porquê de eu porfiar em estudar etimologia, se não há, tirante um ou outro, interesse pela matéria propriamente supracitada.
In verbis, trato o fato com enorme facécia, em vista de que, fizesse eu o que é agrado para a maioria, seria, no melhor das hipóteses, um religioso fanático, alimentado pelo sentido literal de certos versículos, ou, quando não, alguém com gosto cultural extremamente questionável, perdendo capacidade técnica, empobrecido pelo nivelamento por baixo que assola o país. No Brasil, rumar ao contrário é obrigação, ainda que a consequência seja profissional, e, portanto, financeira.
Quanto à etimologia, não só locupleta a alma e é sine qua non para as atividades que cercam minha profissão, bem como nos faz entender diversos fatores político-culturais, filosóficos etc. Em suma, produzir vídeos e textos a respeito não é um ingresso à minha suposta altivez, e sim uma oportunidade de os meninos e as meninas virarem homens e mulheres, qual seja, cérebros capazes de um tête-à-tête para comigo, de modo a não haver, nos primeiros três minutos, perguntas demasiado ignorantes. Por fim, a ideia é essa. E cá entre nós, um vídeo ou um texto meu vale mais do que a carreira de muita gente por aí. Uma boa-noite a todos.
Daniel Muzitano