terça-feira, 29 de maio de 2018
Não seria mais fácil?
Conquanto a etimologia não seja o ai-jesus enquanto aprendizado, sobretudo no que diz respeito à classe docente, porfio com a questão, de modo que noutro dia rememorei que em minha puberdade, a bem dos fatos, tivera eu um exacerbado contratempo para gravar e para assimilar, por algum porquê, o conceito da palavra oligopólio.
Demais disso, mais das vezes o vocábulo para comigo era um ponto de dúvida e de confusão, pois nele havia um estorvo maior do que o Maracanã. Nimiedades à parte, presumo que não é lá muito profícuo dizer tão-somente que o oligopólio é a situação econômica cujo pequeno número de empresas controla a oferta de produtos para ter domínio sobre o mercado.
Em síntese, estar mais bem a par é ir ao encontro da origem, porquanto oligo- é prefixo emanado do grego olígos; designando, portanto, pequeno. Já o sufixo -pólio, sabê-lo-íamos que engloba a lógica de venda. Com isso, precisamos de uma vez por todas fazer da etimologia uma obrigatoriedade em nossas vidas, afinal, como dizia Tito Lívio, quanto menor o medo, menor o perigo. Que raciocinemos: não seria mais fácil? Vamos à luta.
Daniel Muzitano
quarta-feira, 16 de maio de 2018
O desânimo de morar no Rio
À diferença doutros tempos, épocas em que um Macunaíma não era exaltado, a dedicação aos estudos, à espreita da lei, resultava em méritos exorbitantes, ao passo que o malandro, seja na figura de um Lula ou de um bandido qualquer, não possuía vez, conquanto desde o romantismo o Brasil dê sinais de sua imensa inocuidade cultural.
Pari passu, a família, o trabalho, o estudo e os bons valores no panorama brasileiro mais parecem utopias, quando muito um lugar-comum. Desta feita, o não estudo, por exemplo, serve de abre-alas para uma desculpa, acarretando vez ou outra num degrau a mais. A nítida inversão de valores, dantes taciturna, vem à tona em seu rosto mais abjeto, chegando ao ponto de a explicação do óbvio ser de difícil compreensão.
Por fim, é desanimador estudar no Brasil, enquanto que um sindicalista que mal sabe ler, a saber, às vezes consegue três vezes o que você ganha, tal como é nojento o descaso com a polícia em prol do bandido, com o trabalho em favor de uma ideologia, e, principalmente, é ominoso e desanimador viver aqui, afinal, poucos são os olhos que enxergam tal raciocínio. Dado o exposto, retorno à Maria Callas. Quem? - perguntarão tantos. Que um raio aparte.
Daniel Muzitano
terça-feira, 8 de maio de 2018
Mais uma necedade
Ademais, sou caudatário de estrangeirismos, desde que não haja um termo consentâneo e compatível em nossa língua; caso, logo, de shopping, de marketing e de pizza. Todavia, a opção do público demonstra que o brasileiro menoscaba a sua própria literatura, e, pelo o que leio, os livros de um modo geral. Por conseguinte, emana aí o repertório raso e ignaro. Para tanto, a opção por outros idiomas, sobretudo pelo inglês, revela outrossim não um interesse por um segundo idioma, mas sim que estamos consumindo o que há de mais estúpido nele, haja vista o nível simples de vocábulos propriamente substituídos.
Destarte, faço alusão ao que há de mais ignóbil na cultura inglesa, a ver, música pop, hip-hop, livros do nível de um "A culpa é das estrelas" ou esses de autoajuda, séries não muito profícuas e outras estultices. Demais disso, sei que sairei como preconceituoso, arrogante etc. Contudo, e no livro de Nietzsche, li que o poder de atração do conhecimento seria muito fraco, se no caminho que a ele conduz não tivéssemos de vencer tantos pudores. Vou voltar a ouvir Chet Baker, pois fica a dica àqueles que falam friend em vez de amigo. É isso.
Daniel Muzitano
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