domingo, 18 de fevereiro de 2018

O campeonato do esmorecimento derivado da inversão de valores

Entreveros à parte, nada justifica que a final da Taça Guanabara, independentemente do duelo, seja realizada fora do estado do Rio de Janeiro, isto é, em Cariacica, Espírito Santo. Dado o exposto, há outros problemas mais nesta edição demasiado mendicante tanto em sua organização, tal como em suas esferas tática e técnica.
De exórdio, o Maracanã, dantes palco de clássicos homéricos e escorreitos, hoje privilegia eventos que não o futebol, haja vista ter sido utilizado para um show, embora houvera no mesmo dia de sua realização um Flamengo x Botafogo. No mais, outrossim ao regulamento confuso do ano passado, pode o Flamengo, por exemplo, vencer os dois turnos, e, pasmem, não ser o campeão carioca deste ano; algo, a ver, sem sentido algum.
Aliás, o Flamengo ano passado foi o campeão, conquanto Fluminense e Vasco tenham conquistado respectivamente os dois turnos. Por conseguinte, isso faz os clubes menosprezarem cada vez mais o torneio que de há muito vem perdendo o seu valor. Com relação ao jogo de hoje, e pelo o que acabei de dizer, de pouco vale, senão para justificar minha ida ao bar, por sua vez exercitando uma atividade rodriguiana, portanto, imaginar um jogo interessante assistindo a uma partida irrisória.
Por fim, o futebol carioca segue à risca a doentia inversão de valores presente no estado carioca, ou seja, temos um estádio de futebol que não tem por prioridade o futebol, um campeonato carioca que não será no Rio de Janeiro e um campeão que pode não ter vencido turno algum. À semelhança, o bandido hoje é visto como um herói, um sujeito que estuda é rotulado pela sua "arrogância" e um cara muito correto é visto como otário pelos demais. Grosso modo, a falta de valor de nosso estado respinga em tudo, inclusive em nosso futebol. É isso.

Daniel Muzitano

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