sábado, 9 de novembro de 2024

O glorioso sem glória


Que a história do Botafogo é parca em matéria de troféus, indubitavelmente ninguém pode negar. Aliás, mesmo que ocorra o fato bíblico de sagrar-se campeão brasileiro e da Libertadores este ano, ainda sim estará longínquo de um sem-fim de clubes. Mas, por que razão algumas pessoas tratam o alvinegro carioca como um nec plus ultra do futebol? Ter outorgado mais jogadores para a seleção justifica o escudo ser alçado a essa natureza de importância? 

Do final da década de 1960 até este momento, o Botafogo conseguiu apenas dois brasileiros. Reiterando: 2 em mais de 50 anos. De mais a mais, os rebaixamentos superam esses dois triunfos. Em que lugar reside essa grandeza? Ah, venceu alguns estaduais, chegou a uma final de Copa do Brasil e está na final da Libertadores. Di-lo-ei ser muito pouco. 

Fosse um tempo verbal, o Botafogo seria um futuro do pretérito: seria, faria, ganharia, conquistaria... Doravante, do ponto de vista do futebol jogado em 2024, é um clube instável emocionalmente, basta rememorar como passou pelo Palmeiras e pelo São Paulo. Entrementes, existe um aspecto por parte do alvinegro: sua superioridade física. O Botafogo sabe a hora de respirar. Porém, se perder para o Palmeiras no Brasileiro, perderá a Libertadores e o próprio Brasileiro em seguida.

Para ser sincero, estou apostando na tradição do Botafogo, que é ser minúsculo em momentos cruciais. E antes que alguns promulguem que o texto é clubista, o Vasco de 2000 foi um dos maiores times que vi na vida, e sou flamenguista. Não tenho qualquer problema em denominar de grande aquilo que é ou que foi grande. Mas, definitivamente, não é o caso do Botafogo. E talvez nunca seja. Ponto!

Daniel Muzitano

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