Data venia, vale sempre asseverar que a deliquescência cultural não vem à tona por acaso, de modo que, com afinco, apontá-lo-ei por que razão a Bruna Surfistinha, queira ou não, tem certa idolatria, despertando quando menos a curiosidade ou o afeto colossal por parte da população. A bem dos fatos, José de Alencar, na figura de Lucíola, uma prostituta glamourizada como modelo a ser seguido, foi leitura obrigatória escolas afora, de maneira que gerações anteriores à minha tiveram também contato com a literatura aludida, e isso vale outrossim para a minha época de colegial.
Naquele então, diga-se, eu era adolescente, id est, estava tendo a cabeça formada para a narrativa de que pode sim uma puta ser uma referência para a mulher. Quanto ao imaginário popular, puta virou sinônimo de extraordinário ou intenso, exempli gratia, quando falamos que fulano é um "puta" profissional, ou seja, um profissional extraordinário. A puta, por conta do livro, ganhou também o significado de dinheiro, por seu turno simbolizando valor, a saber, na palavra puto. Com isso, notem: não tenho um puto (dinheiro/real) no bolso.
Dado o exposto, a linha gramscista-marxista, ao encontro de Alencar, viu na prostituta um elemento para romper a família, banalizando o conceito da palavra em questão. Ademais, a puta gerou também a ideia de que ter amante é normal, tal como de que orgias, relacionamentos a três e a mulher independente, como alguém a sair por aí dando sem rumo, são fatos demasiado comuns. Em suma, a esquerda, que diz combater o machismo e pregar o respeito à mulher, foi a formuladora dessa inversão; uma contradição, a ver, bastante nítida.
In terminis, a Bruna Surfistinha, nesse aspecto, é a consolidação de que o plano de destruir os preceitos do conservadorismo, e a puta é um dentre tantos grupos, foi muito bem-sucedido. Como o debate cultural no Brasil é raso, é dever meu esmiuçar que o cenário posto aqui não vem sendo denunciado. José de Alencar, como Manuel Bandeira e outros que estiveram a serviço da esquerda, é um filho-da-puta sobremaneira com hífen. Nada é por acaso. Ponto.
Daniel Muzitano
Naquele então, diga-se, eu era adolescente, id est, estava tendo a cabeça formada para a narrativa de que pode sim uma puta ser uma referência para a mulher. Quanto ao imaginário popular, puta virou sinônimo de extraordinário ou intenso, exempli gratia, quando falamos que fulano é um "puta" profissional, ou seja, um profissional extraordinário. A puta, por conta do livro, ganhou também o significado de dinheiro, por seu turno simbolizando valor, a saber, na palavra puto. Com isso, notem: não tenho um puto (dinheiro/real) no bolso.
Dado o exposto, a linha gramscista-marxista, ao encontro de Alencar, viu na prostituta um elemento para romper a família, banalizando o conceito da palavra em questão. Ademais, a puta gerou também a ideia de que ter amante é normal, tal como de que orgias, relacionamentos a três e a mulher independente, como alguém a sair por aí dando sem rumo, são fatos demasiado comuns. Em suma, a esquerda, que diz combater o machismo e pregar o respeito à mulher, foi a formuladora dessa inversão; uma contradição, a ver, bastante nítida.
In terminis, a Bruna Surfistinha, nesse aspecto, é a consolidação de que o plano de destruir os preceitos do conservadorismo, e a puta é um dentre tantos grupos, foi muito bem-sucedido. Como o debate cultural no Brasil é raso, é dever meu esmiuçar que o cenário posto aqui não vem sendo denunciado. José de Alencar, como Manuel Bandeira e outros que estiveram a serviço da esquerda, é um filho-da-puta sobremaneira com hífen. Nada é por acaso. Ponto.
Daniel Muzitano