terça-feira, 23 de julho de 2019

O culto à figura da puta (Bruna Surfistinha)

Data venia, vale sempre asseverar que a deliquescência cultural não vem à tona por acaso, de modo que, com afinco, apontá-lo-ei por que razão a Bruna Surfistinha, queira ou não, tem certa idolatria, despertando quando menos a curiosidade ou o afeto colossal por parte da população. A bem dos fatos, José de Alencar, na figura de Lucíola, uma prostituta glamourizada como modelo a ser seguido, foi leitura obrigatória escolas afora, de maneira que gerações anteriores à minha tiveram também contato com a literatura aludida, e isso vale outrossim para a minha época de colegial.
Naquele então, diga-se, eu era adolescente, id est, estava tendo a cabeça formada para a narrativa de que pode sim uma puta ser uma referência para a mulher. Quanto ao imaginário popular, puta virou sinônimo de extraordinário ou intenso, exempli gratia, quando falamos que fulano é um "puta" profissional, ou seja, um profissional extraordinário. A puta, por conta do livro, ganhou também o significado de dinheiro, por seu turno simbolizando valor, a saber, na palavra puto. Com isso, notem: não tenho um puto (dinheiro/real) no bolso.
Dado o exposto, a linha gramscista-marxista, ao encontro de Alencar, viu na prostituta um elemento para romper a família, banalizando o conceito da palavra em questão. Ademais, a puta gerou também a ideia de que ter amante é normal, tal como de que orgias, relacionamentos a três e a mulher independente, como alguém a sair por aí dando sem rumo, são fatos demasiado comuns. Em suma, a esquerda, que diz combater o machismo e pregar o respeito à mulher, foi a formuladora dessa inversão; uma contradição, a ver, bastante nítida.
In terminis, a Bruna Surfistinha, nesse aspecto, é a consolidação de que o plano de destruir os preceitos do conservadorismo, e a puta é um dentre tantos grupos, foi muito bem-sucedido. Como o debate cultural no Brasil é raso, é dever meu esmiuçar que o cenário posto aqui não vem sendo denunciado. José de Alencar, como Manuel Bandeira e outros que estiveram a serviço da esquerda, é um filho-da-puta sobremaneira com hífen. Nada é por acaso. Ponto.

Daniel Muzitano

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Um jogo minimamente bom, embora taticamente atrasado

No meu memento atinente ao jogo envolvendo Brasil e Argentina, a ver, Daniel Alves, seguido de Messi, foi indubitavelmente o melhor em campo, tanto pela pré-assistência e pela entrega, tal como pela autoridade que obteve ao chamar a partida para si. Entretanto, tirante um pouco esse duelo, o más-más sul-americano é nítido, de maneira que afirmo que, seguindo assim, nem uma seleção sul-americana ganhará mais nada, senão torneios propriamente sul-americanos.
Pari passu, nossa intempérie está no fato de acharmos que só raça e técnica são elementos suficientes, haja vista que estamos num atraso tático infindável. Na melhor atuação do Brasil, nada de excepcional, eis que a equipe finalizou apenas quatro vezes, foi de novo um time sem repertório ofensivo e mais uma vez refém deste ou daqueloutro brilho individual. A Argentina, um pouco mais desorganizada do que o Brasil, perdeu por incompetência nas finalizações, diga-se, catorze ao todo; número, a ver, além do triplo do Brasil.
Em outros termos, ganhar hoje de qualquer seleção sul-americana, em vista do atraso tático em comparação às potências europeias, não significa nada. In terminis, assim como em momentos recentes, estamos nos iludindo mais uma vez, conquanto tenhamos sido eliminados nos últimos mundiais para França, Holanda, Alemanha e Bélgica, id est, quatro escolas e escalões diferentes. Será que isso não quer dizer nada? E olha que nem frisei sobre a ausência de treinadores brasileiros nos grandes ou mesmo médios clubes europeus. Comemorar vitórias é importante. Iludir-se, não. Ponto.

Daniel Muzitano