sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Meio século de banalização

Conquanto hodiernamente muitos julguem qualquer estultice como arte, porfio em redigir, dantes sem saber em que lugar da história sua banalização teve início, que o plano já dura pelo menos meio século. Sem mais preâmbulos, resolvi escrever acerca do tema da banalização da arte, haja vista o fato de o Santander Cultural ter anunciado, mais uma vez, uma exposição que tratará de diversidade sexual. A rememorar, o último evento nesse sentido resultou em crianças tocando em um cara nu.

Em seu documentário que diz respeito à beleza, o escritor Roger Scruton aclara o porquanto de estarmos vivendo esses tempos nefandos. A título de explicação, crucial parece voltarmos para a Grécia de Platão. À época, a arte era a ligação da beleza com a ideia de Deus e suas religiosidades. Para tanto, há dois pensamentos platônicos que evidenciam o elo supracitado. Vamos a eles: "A beleza é o sinal de uma outra ordem superior". "Contemplando a beleza com os olhos da mente, você será capaz de nutrir a verdadeira virtude e se tornar amigo de Deus".

Dado o exposto, sobretudo com a definição originária da arte, que entendamos como seu conceito ficou à deriva. Destarte, um sujeito chamado Marcel Duchamp, um dos maiores filhos da puta de todos os tempos, inaugurou sua "obra" em uma exposição. A propósito do trabalho, tratava-se de um mictório com uma assinatura. Em 1968, isto é, há 50 anos, Marcel Duchamp diz em entrevista para a BBC: "Pretendo contribuir para o fim da arte, a fim de que as pessoas possam abandonar a religião".

Pari passu, Duchamp possuiu seguidores mundo afora. Por conseguinte, do mictório com uma assinatura chegamos décadas mais a crianças tocando em um homem nu, imagens de pedofilia e zoofilia em museus, e, saibam, até bosta de cavalo como "obra" em uma exposição na Europa. Só para constar, Duchamp era de esquerda. Por fim, a arte banalizada esfacelou a beleza. Se não há beleza e religião, há feiura, promiscuidade e elementos que cá estamos por vivenciar. É isso.

Daniel Muzitano

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