quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O campeonato teleológico

Malgrado o Corinthians ter protagonizado certo lapso no segundo turno do campeonato brasileiro, a consecução de seu sétimo título era um tanto óbvia. Não à toa, e à guisa de olharmos, o futebol nacional produz hoje uma competição tecnicamente frágil, taticamente paupérrima e emocionalmente sem maiores surpresas, embora há quem defenda o sistema de pontos corridos.

Para o prefácio do debate, a maioria dos supostos favoritos ao título abdicou de boa parte do campeonato, isto é, Palmeiras, Grêmio, Santos e os decepcionantes Flamengo e Atlético Mineiro: todos vistos no início como concorrentes do Corinthians. Seja por dar primazia à Libertadores ou à Copa do Brasil, fato é que os responsáveis pelo campeonato não conseguem ascender a competição; essa, logo, ficando para um segundo plano.

Sãmente, sou caudatário do bom e velho mata-mata cuja fórmula garantia ao menos a possibilidade da emoção, uma vez que havia as oitavas, quartas, semifinais e finais. Assim sendo, a especificidade da decisão era mais forte, bem como deixava o público mais à espreita para com as partidas. Sem embargo, ainda restam três rodadas para o ano de 2017, mas o campeão e praticamente todos os rebaixados já estão às claras.

Por fim, teleológico é um adjetivo que faz jus a esse cemitério futebolístico, a ver, incapaz de incutir emoção no torcedor. A título de teleologia, trata-se de uma explicação que relaciona um fato com sua causa final. A somar, téleios seria final. -Logia, estudo. Em síntese, o desinteresse de muitos clubes pelos pontos corridos, por sua vez auspiciando ao Corinthians o já previsto título ontem confirmado. Cá entre nós, o futebol nacional está chato e demasiado à deriva. É isso.

DANIEL MUZITANO

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