sábado, 4 de fevereiro de 2017

As coincidências dos abraços

Com uma visão de poucos na esfera midiática, o jornalista Claudio Tognolli observou como ninguém o significado dos gestos solidários a Lula, na data de falecimento de sua esposa. Travestida de afeto, a vileza moral em questão coincide com certos aspectos. De preâmbulo, na data triste para a família Lula, mesma em que Aécio se complicou ainda mais na Lava-Jato, Fernando Henrique Cardoso mostrou a todos ser uma alma "indulgente". Do mesmo modo, e no dia em que seu nome e o de sua cúpula também foram mencionados na Lava-Jato, Temer - que fora chamado de golpista pelo lulopetismo - também prestou apoio ao ex-presidente Lula.
Pari passu, lá estiveram tão-somente políticos ligados -direta ou indiretamente - à Lava-Jato. A acepção daqueles abraços visam ao fato de produzir uma ablação para com prosseguimentos da operação supracitada. Num momento de dor para Lula, o "estamos juntos" designa o "vamos travar a Lava-Jato". Em suma, grande parte da classe política é capaz de usar a morte de alguém, a fim de se livrar de prováveis punições.

Não menos importante, compreendo o porquê de Temer, dantes, ter sido o vice-presidente de Dilma. A presidente tentou auspiciar o senhor Lula com foro privilegiado, uma vez que o larápio seria ministro. De igual fato, Temer exerce o mesmíssimo comportamento daquela que foi, sem dúvida alguma, a pior dentre todos os presidentes da República. Ou seja, transforma Moreira Franco em ministro, pasmem, com finalidade similar. Grosso modo, Dilma era hodierna em termos de falta de decoro. Não à toa, Temer era seu vice. É como dizia o Nietzsche: "O político visualiza as pessoas de duas formas: instrumentos e inimigos". É isso.
Daniel Muzitano

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