terça-feira, 9 de agosto de 2016

O Nosso Rosto

Decerto não assisto, tampouco tenho ciência acerca de Rafaela Silva. Além do mais - sejamos sinceros - não fosse o ouro conquistado pela dita-cuja, pois bem, ninguém saberia de quem se trata. Antes de entrarmos no assunto, faz-se opulente irmos ao encontro etimológico do termo Judô. Do japonês, "JU" significa suavidade ou gentileza. "DO", arte ou caminho. Em suma, seria a arte ou caminho para termos uma vida tranquila, equilibrada, e, levando em conta o esporte em si, uma vida em que respeitemos - sobretudo no esporte - os nossos concorrentes. Sigamos.
Assim como tantos outros, Rafaela nasceu negra, pobre e blá-blá-blá. Em especial no Brasil, tais especificidades serviriam de desculpa para um possível fracasso haja vista o fato de que adoramos roborar qualquer tipo de vitimização. Chegamos ao execrável ponto, e cabe um "Até" no meio do raciocínio, de justificar mortes devido a isso. Por meio da disciplina que adotou no exército, Rafaela, diferentemente de muitos, foi à luta com foco. A judoca é mais um exemplo de que quem quer, sim, vence e pronto. A meritocracia deve ser a auriflama de todo país decente.
Dado o exposto, a Rafaela deveria ser o rosto de nosso país. Como havia dito, até ontem nunca tinha ouvido falar a respeito da atleta. No entanto, já merece meus aplausos e o meu respeito - não tanto pelo ouro - e sim por ser uma mulher que não se vitimou e nem alimentou tergiversações pacóvias de toda sorte perante a vida. Se compararmos com o seu comportamento, sim, o ouro de nada interessa. Parabéns.
Daniel Muzitano

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