segunda-feira, 4 de abril de 2016

O CONFUSO NOVO ACORDO

Vergílio Ferreira, um rútilo escritor português, antes de exprimir acerca de quaisquer pautas dissera que ser inteligente é ser desgraçado. Dado o exposto, venho por meio desse criticar mais uma vez alguns absurdos do controverso novo acordo ortográfico. Depois das mudanças, toda vez que um leitor visualizar um "Para ele" fará confusão. Qual o porquê de excluírem o acento que diferenciava o PÁRA(verbo) do PARA(preposição)? Afinal, devemos PARAR a pessoa ou algo foi feito PARA alguém? Esse "PÁRA" acentuado morreu. O mesmo ocorreu com "PÊLA" e PELA, "PÊLO" e PELO e "PÊRA" e PERA. 
PÊLA era uma forma, pouco usada diga-se de passagem, do verbo pelar que significa tirar o "PÊLO". Aliás, "PÊLO" agora é PELO. E a PÊRA, fruta consumida por muitos, não possui mais diferenciação com o PERA; por sua vez sinônimo de PARA. Toda reforma deveria ter o intuito de facilitar o uso do público. No entanto, o que estamos presenciando é justamente o contrário. E o que dizem os gênios que aprovaram essas imbecilidades? Sim, que quem lê comporta discernimento para saber distinguir um termo do outro haja vista o contexto. 
Levando em consideração esse argumento, qual a razão então de eles terem mantido os acentos em PÔR(verbo) x POR(preposição) e PÔDE(pretérito perfeito) x PODE(presente)? Ademais, nosso caro Lula ratificou a reforma a fim de unificar a Língua Portuguesa de modo a simplificar a relação com os povos que usufruem tal. Se a ideia era uniformizar um padrão, por que a literatura de Portugal deixou de ser obrigatória em nossas instituições de ensino? A finalidade não era sermos propínquos? Se tivesse debatido com os acadêmicos mais notáveis a respeito do tema, não, o PT jamais teria levado isso adiante pois a maioria foi contrária. E esses são apenas alguns vitupérios que tenho sobre as novas formas. E é este o país em que a opinião de um ex-presidente analfabeto está à frente para com a de boa parte dos intelectuais mais renomados do país. É triste.
Daniel Muzitano

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