De prólogo, para que não haja qualquer sem-razão de minha parte, que fique indubitável que o senhor Tony Ramos apresenta decerto um grau significativo de cultura; sendo, de alguma maneira, um homem de predicados inegáveis em matéria teatral. Afora o exposto, impressiona-me sua vileza, não quero crer em mau-caratismo, ao tratar o tema da vacina como uma simples sentença dual, ou seja, quem critica qualquer vacina em vigor é, sem exceção outra, um ignorante ou algo com certa similitude.
Pois bem, nas fífias estrambólicas e néscias do ator, temos que ignorar a história completa de todas as vacinas, de maneira que nunca uma vacina que tenha se mostrado eficiente foi oferecida contendo menos de 3 anos de experimentações. Reitero, nunca! In verbis, ainda vale a reminiscência de que 3 anos é um tempo rápido e demasiado otimista. Assim, apesar disso, temos que acreditar, porque o Tony Ramos assim deseja, que desta vez foi diferente.
Em outras palavras, o que quero ressaltar é que ninguém em sã consciência será contra uma vacina, desde que sejam mostrados os pormenores da fabricação, e, com máxima clareza, que sejam fornecidos os fatores que venham a aclarar o porquê de essas em vigor terem sido produzidas de modo tão célere. Ignorante, caro Tony, é o sujeito que se dispõe a ser vacinado, ao menos sem que essas dúvidas sejam sanadas. Aliás, o prefixo i- vai ao encontro de negação, gnorare, em latim, de saber. Ah, mas ele estava chorando. Sim, só que as lágrimas, como promulgou Machado de Assis, não são argumentos. A bem dos fatos, elas podem ser tão-somente elementos interpretativos; ramificação, essa, que o exímio ator tão bem domina. No mais, ao defender a ciência, o dito-cujo não cita estudos, cientistas, e, em vez disso, deixa-nos um choro fósmeo e irresponsável. Tony, essa foi a tua pior atuação.
Daniel Muzitano